Farm News 13/10 a 19/10

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17 de outubro de 2025 0 Por admin

Brasil deve colher 354,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26

O primeiro levantamento para a safra de grãos 2025/26 indica mais um ciclo de crescimento na agricultura brasileira. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a primeira estimativa indica produção total de 354,7 milhões de toneladas de grãos para a nova safra, volume 0,8% superior ao obtido em 2024/25.

O crescimento na área a ser semeada é de 3,3% em relação ao ciclo anterior, sendo estimada em 84,4 milhões de hectares na temporada 2025/26. Os dados estão no 1º Levantamento de safra do novo ano agrícola, divulgado semana passada pela estatal.

Neste novo ciclo, há uma expectativa de crescimento de 3,6% na área semeada para soja se comparada com 2024/25, estimada em 49,1 milhões de hectares. Com isso, a Conab estima uma colheita de 177,6 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente à colheita de 171,5 milhões de toneladas da temporada anterior.

As precipitações ocorridas em setembro nos estados do Centro-Sul do país permitiram o início do plantio com 11,1% da área já semeada, índice ligeiramente superior ao ocorrido até o mesmo momento do ciclo passado, Nos maiores estados produtores de soja do país, Mato Grosso e Paraná, nos primeiros 10 dias de outubro, registravam 18,9% e 31%, respectivamente, da área semeada.

Fonte: Conab

Brasil lidera revolução agrícola entre tecnologia e sustentabilidade

A pressão por alimentos cresce em escala global, exigindo a produção de 60% a mais até 2050 para uma população de quase 10 bilhões de pessoas, segundo a FAO. Este desafio é agravado pelas mudanças climáticas, perda de áreas agricultáveis e escassez de recursos.

Neste contexto, o Brasil surge como protagonista, desenvolvendo soluções que unem produtividade, sustentabilidade e competitividade. Cinco movimentos principais moldam este futuro: a recuperação de pastagens degradadas, uma oportunidade global de regeneração que pode atrair bilhões em investimentos e aumentar a produtividade sem expandir a fronteira agrícola.

A força dos bioinsumos, com um mercado global que deve atingir US$ 30 bilhões até 2030, impulsiona a agricultura regenerativa, melhora a saúde do solo e reduz a dependência de químicos. A agricultura digital, com IA, drones e sensores, já proporciona ganhos de produtividade e redução no uso de insumos, tendência que se intensificará com o 5G e a robótica.

Na logística, soluções como armazenagem inteligente e blockchain combatem o desperdício – que chega a 10% da produção no Brasil – e fortalecem a rastreabilidade, um diferencial competitivo crucial para as exportações. Por fim, o capital verde ganha espaço com novos instrumentos financeiros, como os Fiagro e plataformas de investimento coletivo, destinados a fomentar tecnologias regenerativas e inovação no campo.

A soma de capital privado, tecnologia e propósito ambiental impulsiona esta revolução, consolidando o agro brasileiro como um vetor estratégico para a segurança alimentar global, geração de riqueza e equilíbrio climático.

Fonte: O Presente Rural

Paraná lança ecossistema de inovação tecnológica para conectar campo e pesquisa

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) anuncia a criação oficial do Food Valley Paraná, um ecossistema de inovação tecnológica desenvolvido pelo seu Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL). O projeto tem como objetivo central conectar a demanda de cooperativas e produtores rurais com a capacidade de pesquisa de ponta da universidade, funcionando como uma ponte entre o setor produtivo e a academia.

O lançamento oficial ocorrerá durante o 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro, no dia 24 de outubro, em Palotina, com o apoio de importantes instituições como a Secretaria de Agricultura, o IDR-Paraná, Sistema Ocepar, Sicredi e C-Vale. Essa ampla cooperação visa fortalecer o desenvolvimento da agrotecnologia no estado.

Segundo os pesquisadores da UFPR, Luis de Bona e Carlos Eduardo Zacarkim, o Food Valley representa um marco essencial para transformar o Paraná em um “laboratório vivo de novas tecnologias” para o agronegócio.

O objetivo estratégico é desenvolver soluções tecnológicas próprias e sob medida para os desafios reais do campo paranaense, reduzindo a dependência de tecnologias importadas que, muitas vezes, foram projetadas para realidades climáticas e de solos diferentes.

Dessa forma, o projeto busca não apenas consolidar o estado como um “celeiro do mundo”, mas também posicioná-lo como um grande laboratório de inovação, criando tecnologias específicas que tragam maior eficiência e competitividade para o agro paranaense.

Fonte: O Presente Rural

Brasil apresentará vitrine global de agricultura sustentável durante a COP30

A Embrapa anunciou a criação da AgriZone, um espaço dedicado à inovação agrícola sustentável que será um dos destaques da COP30, em Belém (PA), em novembro. A iniciativa funcionará como ponto de encontro entre ciência, tecnologia, saberes tradicionais e cooperação internacional, com foco em soluções para a adaptação climática, segurança alimentar e combate à fome.

Instalada na unidade da Embrapa Amazônia Oriental, a AgriZone ficará a cerca de 1,8 km dos pavilhões oficiais e promoverá cerca de 400 atividades durante o evento. O espaço apresentará vitrines vivas e digitais com mais de 45 cultivares, 30 sistemas agropecuários sustentáveis, tecnologias de baixo carbono, agricultura de precisão, bioeconomia e sistemas agroflorestais.

A AgriZone foi pensada para aproximar a agenda climática da realidade das pessoas, destacando como as mudanças do clima impactam diretamente a produção de alimentos e os meios de subsistência. Para Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, o espaço será um elo entre ciência e sociedade. 

“Trabalhamos com todas as culturas e sistemas — do açaí ao zebu — e vemos a AgriZone como uma ponte para fortalecer a cooperação internacional e implementar ações alinhadas à segurança alimentar e à sustentabilidade”, disse. A iniciativa está inserida na Aliança Global contra a Fome e pela Agricultura Sustentável, lançada em 2024 com apoio do Brasil e parceiros do Sul Global. 

Fonte: AgroRevenda

Cientistas ativam gene em trigo e elevam produção com mais ovários por flor

Em um avanço científico com potencial para revolucionar o melhoramento genético do trigo, uma equipe internacional de pesquisadores dos Estados Unidos, Austrália e China identificou o gene responsável por uma característica rara: a formação de flores com múltiplos ovários.

A ativação do gene WUSCHEL-D1 (WUS-D1) provoca o desenvolvimento de flores multiovuladas, resultando em um aumento de até 70% no número de grãos por espiga, que saltou de 119 para 204.

A descoberta, publicada na revista Science, partiu da análise de uma linha mutante de trigo conhecida como MOV (multiovary), cuja base genética era desconhecida. Através de sequenciamento genômico de alta precisão, os cientistas descobriram que uma reorganização incomum no cromossomo 2D, uma deleção combinada com uma inserção invertida, causava a superexpressão do gene WUS-D1. Esse gene, que regula células-tronco, mostrou-se até 34,5 vezes mais ativo nos tecidos reprodutivos do mutante.

Para confirmar a causalidade, os pesquisadores realizaram experimentos de mutação e cruzamento. Quando o gene WUS-D1 foi inativado, as plantas perderam completamente a característica multiovária.

O efeito colateral observado foi que, apesar do maior número, os grãos produzidos eram menores e mais leves, sugerindo um desafio na redistribuição de nutrientes. A descoberta abre caminho para o uso de edição gênica para ajustar a expressão do WUS-D1, visando otimizar o equilíbrio entre a quantidade e o tamanho dos grãos, o que pode impulsionar significativamente a produtividade global do trigo.

Fonte: Revista Cultivar

Brasil amplia importações seletivas

As importações brasileiras avançam de forma seletiva em 2025, mesmo com o comércio global em desaceleração. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o país importou US$ 135,8 bilhões no primeiro semestre, alta de 8,3% em relação ao mesmo período de 2024. 

O cenário, porém, ocorre em meio a um contexto internacional de tarifas mais altas e câmbio instável. O Banco Mundial projeta crescimento global de 2,3% para 2025, enquanto a Organização Mundial do Comércio (OMC) estima retração de 0,2% no comércio internacional.

De acordo com Thiago Oliveira, especialista em comércio exterior e câmbio e CEO da Saygo, o movimento brasileiro é de expansão seletiva em setores estratégicos como tecnologia, saúde, insumos industriais e bens de consumo, com maior diversificação de fornecedores na Ásia e na União Europeia. O principal risco para o importador em 2025 é o dólar volátil e o aumento de tarifas, enquanto a oportunidade está em redesenhar origens de compra e otimizar contratos cambiais para capturar preços mais competitivos.

“Para o quarto trimestre, a tendência é de expansão seletiva das compras externas em setores como tecnologia, saúde, insumos industriais e bens de consumo, com diversificação de fornecedores na Ásia e na União Europeia”, avalia .

Fonte: Agrolink

Movimentação cresce 6,2% em Portos do Paraná e fertilizantes lideram as importações

A Portos do Paraná já movimentou 55,3 milhões de toneladas ao longo de 2025 e caminha para superar seu próprio recorde até dezembro, com a expectativa de ultrapassar a marca de 70 milhões de toneladas. Esse desempenho representa um crescimento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registradas 52,1 milhões de toneladas nos três primeiros trimestres.

Esse avanço é impulsionado, principalmente, pelos granéis sólidos, que lideram as operações com 61,5% do total movimentado. Em seguida, aparecem a carga geral (25,4%) e os granéis líquidos (13,1%), consolidando a diversidade das operações portuárias no estado.

O aumento no volume de cargas também se reflete na movimentação de navios. Entre janeiro e setembro de 2025, foram realizadas 2.124 atracações — número que já supera o total registrado em todo o ano anterior, que somou 2.068 embarcações.

No segmento de importações, os fertilizantes continuam sendo o principal destaque. Somente em setembro, foram movimentadas 1.038.153 toneladas do produto, segundo dados da Portos do Paraná. O Porto de Paranaguá mantém sua posição como o maior canal de entrada de adubo do Brasil, respondendo por 25,5% da movimentação nacional, avaliada em US$ 3 bilhões FOB.

Além disso, setembro trouxe um crescimento expressivo na importação de derivados de petróleo, com alta de 46%. Foi o primeiro mês de 2025 em que a Portos do Paraná registrou um incremento de 3% no acumulado de granéis líquidos, reforçando a tendência de expansão.

Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, uma das razões para esse desempenho é o aumento do calado operacional, que passou de 13,1 metros para 13,3 metros. “Mais carga em um navio, sem aumento de custo operacional, desperta o interesse dos armadores em atracar nos portos paranaenses”, explica Garcia.

Fonte: Globalfert

Preço do arroz atinge menor patamar em 14 anos

O preço do arroz em casca no Rio Grande do Sul atingiu seu menor patamar real em 14 anos, segundo o Cepea/Esalq, refletindo uma crise severa que ameaça a sustentabilidade do setor.

Com valores de venda abaixo dos custos de produção, os orizicultores enfrentam margens negativas, altos custos logísticos agravados pela nova tabela de fretes da ANTT e dificuldade de acesso ao crédito. Esse cenário tem levado os produtores a considerar a redução da área plantada na próxima safra.

Em resposta à crise, representantes do setor participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa gaúcha. O presidente da Federarroz, Denis Nunes, alertou que, mesmo respondendo por 70% da produção nacional, o arroz gaúcho perde espaço para concorrentes como o Paraguai, além de sofrer com a entrada agressiva da Índia no mercado global e estoques elevados.

Como solução, as entidades solicitaram ao governo estadual a equalização do ICMS com outros estados e a utilização emergencial de recursos para subsidiar o escoamento da produção e estimular a comercialização interna.

Apesar da sinalização positiva de articulação política por parte do governo do estado, o curto prazo legislativo, com atividades encerrando em 15 de dezembro, impõe urgência na busca por respostas. Para 2026, a perspectiva é de continuidade do mercado instável, com crédito limitado e estoques altos, exigindo medidas imediatas e estruturantes para evitar o colapso de um setor que vive sua safra mais desafiadora da última década.

Fonte: Canal Terra Viva