Farm News 15/09 a 21/09
Produção de grãos na safra 2025/26 será de 353,8 milhões de toneladas
Em meio aos desafios climáticos e econômicos que se apresentam a cada nova safra, as primeiras projeções para a produção total de grãos para a safra 2025/26 apontam para uma colheita de 353,8 milhões de toneladas.
Se confirmado, o volume representa um leve aumento de 1% sobre o resultado da temporada 2024/25, estimado em 350,2 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde para o setor.
Os dados estão na 13ª edição da “Perspectivas para a Agropecuária 2025/2026”, publicação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Banco do Brasil (BB).
De acordo com a projeção, o resultado é influenciado pelo aumento na área cultivada, que deve sair de 81,74 milhões de hectares na última safra para 84,24 milhões de hectares no ciclo agrícola 2025/26. Já a produtividade média nacional das lavouras está projetada em 4.199 quilos por hectare na temporada 2025/26, redução de 2% se comparada com 2024/25.
“Os dados apresentados mostram a confiança dos homens e das mulheres do campo para seguir com a produção. Há investimentos disponíveis, com volume recorde de recursos e condições diferenciadas de crédito, como juros reais negativos para a produção de alimentos, a partir do Plano Safra disponibilizado pelo governo federal”, declarou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Fonte: Conab
VBP da agropecuária deve avançar 11,7% em 2025
O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deve atingir R$ 1,49 trilhão em 2025, o que representa crescimento de 11,7% em relação ao valor registrado em 2024. O VBP corresponde ao faturamento bruto dentro dos estabelecimentos rurais, considerando as produções agrícolas e pecuárias, com base na média dos preços reais (IGP-DI) recebidos pelos produtores de todo o país.
O faturamento estimado para a agricultura em 2025 é de R$ 979,7 bilhões, representando alta de 10,9% em relação a 2024. A soja, principal cultura do VBP agrícola (38,3%), deve registrar aumento de 13,3% na produção e, mesmo diante da queda prevista nos preços (-1,7%), a projeção é de crescimento de 11,4% no seu VBP.
O milho, segunda cultura mais relevante (17,5%), apresenta previsão de alta tanto na produção (20,9%) quanto nos preços (12,4%), resultando em expansão de 35,9% no VBP. Já a cana-de-açúcar, terceira principal cultura (10,4%), deve apresentar retração na produção (-1,7%) e nos preços (-1,2%), implicando queda de 2,9% no VBP.
Entre as demais culturas de destaque, ressaltam-se os cafés robusta e arábica, que juntos representam 11,6% do VBP agrícola, e o algodão em pluma (3,7%), cujos VBP devem crescer 60,2%, 50,3% e 8,3%, respectivamente.
Fonte: CNA
Impactos geopolíticos e climáticos no preço e oferta de Ureia em 2025
O cenário geopolítico e climático tem afetado diretamente os preços da ureia em 2025, enquanto a demanda pela commodity na Índia intensifica a tendência de alta. Vivemos um ano atípico, marcado por um período de chuvas de monções excepcional no país, vital para a irrigação agrícola e, por consequência, no aumento do consumo de fertilizantes.
Os recordes históricos reforçam o cenário climático: o mês de maio registrou o maior volume de chuvas em um século, e junho, o maior em dez anos. Além disso, as monções chegaram mais cedo ao país, antecipando o ciclo agrícola e pressionando o mercado global de fertilizantes.
Esse período de grande demanda indiana coincidiu com a intensificação dos conflitos entre Irã e Israel (iniciados em meados de junho), trazendo problemas para a produção iraniana, um dos grandes produtores do fertilizante, e para o Egito, outra peça-chave na exportação do produto. O impacto geopolítico provocou sucessivas altas no mercado.
Nas primeiras semanas de setembro, ao negociar volumes abaixo do esperado no último leilão de compra, a Índia influenciou um cenário de queda de quase 70 dólares abaixo do preço mínimo do último leilão ocorrido em agosto. No entanto, esses fatores ainda tem potencial de repercutir nos preços da ureia.
Fonte: Globalfert
Digitalização avança nas grandes propriedades da União Europeia
A digitalização avança de forma desigual na agricultura europeia. Ferramentas digitais básicas já se tornaram comuns, mas tecnologias específicas para lavouras e pecuária ainda enfrentam baixa adesão, sobretudo entre produtores com menor escala e infraestrutura precária. É o que mostra um levantamento realizado pela Comissão Europeia com 1.444 agricultores de nove países da União Europeia.
Segundo o estudo, 93% das propriedades utilizam ao menos uma ferramenta de TI ou software de gestão. Contudo, apenas 29% adotaram três ou mais tecnologias específicas para lavouras. No caso da pecuária, o número cai para 17%. O custo elevado e a falta de capacitação técnica surgem como os principais entraves.
Entre os países pesquisados estão Alemanha, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Itália, Lituânia, Hungria e Polônia. A maioria dos produtores entrevistados (85%) relatou acesso adequado à internet. No entanto, a qualidade da conexão ainda limita o uso pleno de tecnologias mais avançadas.
O tamanho da propriedade influencia diretamente na digitalização. Fazendas maiores adotam até 84% mais tecnologias do que as menores. Já uma conexão ruim reduz em até 30% a chance de adesão. Produtores com vendas diretas ao consumidor adotam entre 14% e 36% mais soluções digitais.
A qualificação técnica também impacta a digitalização. Agricultores com treinamento específico em agricultura e tecnologia adotam entre 14% e 71% mais ferramentas.
Fonte: Revista Cultivar
Exportações de alimentos caem em agosto
Balanço da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) registrou queda de US$ 300 milhões na exportação de alimentos industrializados em agosto, equivalente a redução de 4,8% em comparação com julho.
Segundo o levantamento, as exportações somaram US$ 5,9 bilhões em agosto. Deste volume, US$ 332,7 milhões para os Estados Unidos, o que representa uma queda de 27,7% em relação a julho e de 19,9% na comparação com agosto de 2024.
O resultado reflete o aumento das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, além da antecipação dos embarques em julho antes da entrada em vigor da taxação. Em julho, os EUA haviam importado US$ 460,1 milhões em alimentos industrializados do Brasil.
Os produtos mais afetados para os EUA foram açúcares (recuo de 69,5% em agosto na comparação com julho), proteínas animais (- 45,8%) e preparações alimentícias (- 37,5%).
O desempenho das exportações nos dois últimos meses evidencia uma inflexão clara: o crescimento expressivo de julho foi seguido por ajuste em agosto, sobretudo nos EUA, impactados pela nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora”, analisa João Dornellas, presidente executivo da ABIA, em nota.
Para o representante, a queda observada em agosto mostra que o país precisa diversificar seus parceiros comerciais e aumentar sua capacidade de negociação.
Fonte: Band
Ação conjunta reduz em 95% infestação da podridão da uva madura
Uma ação conjunta entre a Embrapa, órgãos estaduais e prefeituras de São Paulo conseguiu recuperar 95% do cultivo de uvas Niágara em propriedades rurais que fazem parte do Circuito das Frutas, principal polo de produção dessa fruta no estado.
Em 2024, a vitivinicultura da região foi atingida por uma epidemia da doença conhecida como podridão da uva madura, causada pelo fungo Glomerella cingulata, que dizimou lavouras inteiras em Jundiaí, Louveira, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Indaiatuba e Elias Fausto. As perdas chegaram a 100% em algumas fazendas, levando produtores ao desânimo e à insegurança sobre o futuro da atividade.
A iniciativa, denominada Plano Emergencial de Controle à Podridão Madura da Uva, selecionou 13 propriedades rurais da região para aplicações de fungicidas, entre outras boas práticas recomendadas pelas equipes técnicas da Embrapa.
As que seguiram 100% das orientações obtiveram índices de até 95% de recuperação da produção. Nas demais propriedades, houve também redução da doença, porém em menor escala, com taxas de melhoria que chegaram a 70%.
As medidas propostas pelos especialistas da Embrapa Uva e Vinho (RS) e Embrapa Territorial (SP) são resultado de ensaios e coletas de restos culturais realizados nesses espaços, com o objetivo de diagnosticar e frear o avanço da doença, a partir da identificação das espécies da fase assexual da Glomerella e avaliação de sua sensibilidade e tolerância aos fungicidas.
Fonte: Embrapa
Neutralidade ou La Niña: o que esperar nos próximos meses?
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou a edição do Boletim Agroclimatológico Mensal para o trimestre de setembro, outubro e novembro de 2025. O documento detalha os efeitos da interação entre a superfície dos oceanos e a atmosfera sobre o clima no Brasil e no mundo.
De acordo com o boletim, no Brasil, fenômenos como o El Niño-Oscilação Sul (ENOS), no Oceano Pacífico Equatorial, e o gradiente térmico do Oceano Atlântico Tropical, conhecido como Dipolo do Atlântico, influenciam diretamente as condições climáticas no país.
“Quando as águas do Atlântico Tropical Sul estão mais quentes e as do Atlântico Tropical Norte mais frias, há favorecimento à ocorrência de chuvas em grande parte do Norte do Brasil, condição conhecida como Dipolo Negativo”, informou o Inmet. Na situação inversa, “há redução das chuvas na região, caracterizando o Dipolo Positivo.”
Segundo os dados de agosto de 2025, a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Atlântico Tropical Norte foi de 0,42 °C, enquanto no Atlântico Tropical Sul ficou em 0,06 °C, configurando condição de neutralidade do Dipolo do Atlântico.
O boletim destaca que “o aquecimento observado no Atlântico Norte em relação ao mês anterior contribuiu para o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o norte de sua posição climatológica”, o que desfavorece a formação de chuvas ao longo da costa norte do Nordeste.
Fonte: Agrolink
