Farm News 31/03 a 06/04

Farm News 31/03 a 06/04

7 de abril de 2025 0 Por admin


CNA analisa impacto do tarifaço de Trump no agro

A ordem executiva, publicada no dia 02/04 pela Casa Branca, definiu os produtos a serem

sobretaxados e as alíquotas incidentes sobre cada país. No caso do Brasil, os bens

importados passaram a contar com alíquota adicional de 10%, a partir do dia 05/04.

Antes do anúncio, os produtos do agro brasileiro tinham alíquotas nominais médias de 3,9% do valor do produto. Com o acréscimo linear, estas taxas passarão a 13,9%, afetando a competitividade de artigos brasileiros.

Os produtos mais afetados serão os que o Brasil já é altamente representativo no total

das importações dos EUA, isso porque, nestes casos, o Brasil não teria “espaço” para

ganhar de um eventual concorrente, sendo o único ou principal país afetado.

É o caso dos sucos de laranja resfriados e congelados, onde o Brasil responde por 90% e 51% das compras americanas, respectivamente; da carne bovina termoprocessada, com 63%; e do etanol, com 75%.

Ainda há potencial de perda de mercado dos produtos produzidos pelos EUA e

fornecidos internamente, mas que necessitam de importação complementar. É o caso da carne bovina, cuja produção é de 12,3 milhões de toneladas, mas o consumo de 13 milhões de toneladas, entre outros produtos com níveis de consumo próximos da produção.

Fonte: CNA

Setor agro reage a novas tarifas dos EUA

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) manifestou preocupação com as medidas anunciadas pela administração do presidente Donald Trump, classificando-as como incompatíveis com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudiciais ao comércio global.

A Abag destaca que o impacto é ainda mais grave quando atinge o agronegócio, setor essencial para a segurança alimentar global. A entidade reforça que o abastecimento eficiente e a preços justos depende de cadeias produtivas globalizadas, comércio fluido e capacidade de adaptação a demandas variáveis ao redor do mundo.

“O agronegócio brasileiro é um dos pilares da segurança alimentar no planeta. A imposição de tarifas unilaterais compromete essa função e ameaça a estabilidade dos mercados”, avalia a associação.

A Abag defende que o Governo brasileiro responda de forma estratégica, evitando reações precipitadas, mas atuando com firmeza na defesa dos interesses do país. Nesse contexto, a entidade apoia o avanço do Projeto de Lei 2.088/2023, que tramita no Congresso Nacional e prevê mecanismos legais para respostas comerciais a práticas consideradas abusivas por governos estrangeiros.

Além disso, a associação reforça que a diversificação de mercados e a ampliação de rotas de exportação devem estar no centro da agenda do comércio exterior brasileiro.

Fonte: Revista Cultivar

Dependência das importações de potássio continua sendo um desafio para o setor agrícola dos EUA

Em uma iniciativa recente, o presidente Donald Trump apontou o potássio como um mineral crítico que precisa de um aumento significativo nos níveis de produção dos EUA. Apesar desse esforço, parece improvável que diminua substancialmente a dependência dos Estados Unidos de fertilizantes importados.

Atualmente, os EUA importam cerca de 90% de seu potássio, predominantemente do Canadá, o principal produtor global. Este mineral é essencial para o cultivo de milho e soja – a maior produção agrícola da América. A produção doméstica de potássio constitui menos de 1% da demanda nacional, estatística destacada por Corey Rosenbusch, CEO do Fertilizer Institute.

“Mesmo com o aumento da produção, nossa dependência do potássio canadense persistirá”, comentou Rosenbusch em uma entrevista recente. A perspectiva iminente de novas tarifas dos EUA sobre fertilizantes canadenses, potencialmente variando de 10% a 25%, agrava o problema. Essas tarifas podem elevar os custos operacionais para os agricultores, potencialmente levando ao aumento dos preços ao consumidor.

Em meio a esses desenvolvimentos, o Instituto de Fertilizantes tem pressionado para que o potássio seja reconhecido na lista permanente do governo federal de minerais críticos vitais para a segurança nacional e a estabilidade econômica. “Garantir um lugar nesta lista fortaleceria nossa posição ao defender isenções específicas”, observou Rosenbusch, embora reconhecesse que nenhum resultado é garantido.

Fonte: Globalfert

China suspende importações de duas empresas de carne de aves dos EUA

O Departamento de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) anunciou a suspensão de importações de duas empresas de carne de aves dos Estados Unidos a partir do dia 4 de abril.

Segundo nota divulgada pela entidade, a alfândega chinesa detectou o medicamento chinês proibido furano xilin em três lotes de produtos de frango nos Estados Unidos, envolvendo dois produtores de carne de aves, Mountaire Farms of Delaware e Coastal Processing.

“Para evitar riscos à segurança alimentar, de acordo com as leis e disposições chinesas relevantes e padrões internacionais, a Administração Geral das Alfândegas decidiu suspender a exportação das duas empresas de carne de aves acima mencionadas para a China a partir de 4 de abril de 2025”, disse o comunicado.

Conforme o departamento chinês, as medidas são consideradas “preventivas e possíveis” para garantia da segurança alimentar, e “científica e razoáveis”, segundo regulamentos chineses e práticas internacionais.

Também no dia 4 de abril, a China anunciou que vai retaliar as tarifas impostas pelos Estados Unidos em produtos importados do país asiático. O comunicado detalha que os chineses vão aplicar a mesma porcentagem de taxa definida por Donald Trump. Os produtos americanos passarão por uma tributação extra de 34% no território chinês a partir da próxima quinta-feira, 10.

Fonte: Band

Guerra comercial vai derrubar commodities agrícolas e minerais em todo o globo, diz economista

A guerra comercial capitaneada entre Estados Unidos e China teve mais um capítulo nesta sexta-feira: os asiáticos anunciaram tarifas de 34% a todos os bens importados dos norte-americanos, respondendo o tarifaço do presidente Donald Trump na mesma moeda.

Diante deste cenário, o economista Roberto Troster avalia que o movimento natural é que os negócios entre as duas potências diminua e, com isso, a atividade econômica global também tenda a cair.

“Com isso, o preço das commodities [minerais e agropecuárias] vão despencar. Caindo esses preços, a rentabilidade das empresas no Brasil e de todas as empresas industriais do mundo também caem por conta de um nível de atividade menor e de concorrência maior.”

Segundo Troster, a queda das bolsas de valores na sexta-feira (4), quando o Ibovespa retraiu 2,96%; Londres e Frankfurt caíram 4,95%; Paris 4,26%; Madri 5,83%; e Milão teve tombo ainda mais acentuado, de 6,53%; é só o primeiro reflexo de uma guerra sem vencedores.

“[Essas quedas] são apenas o primeiro choque de algo que não vai terminar nesta segunda-feira (7), possivelmente vai ter mais ações e reações. É uma política um pouquinho ‘míope’ do governo norte-americano em que todos vão sair perdendo”, considera.

Fonte: Canal Rural

EUA têm déficit de US$ 9 bilhões na balança do agro com o Brasil

O agronegócio é um dos pontos de maior desequilíbrio na balança comercial entre Estados Unidos e Brasil. Os americanos colocaram US$ 940 milhões em produtos do agronegócio no mercado brasileiro no ano passado, apenas 0,5% das exportações deles no setor. Com isso, o Brasil é o 31° mercado mundial para os americanos.

Já quando se trata das importações americanas, o Brasil é o 4° maior fornecedor no setor do agronegócio. Em 2024, as exportações brasileiras subiram para o recorde de US$ 9,73 bilhões, 4% de tudo que os Estados Unidos importaram em produtos agrícolas e em outros itens relacionados à agropecuária.

Os olhares da equipe de Donald Trump estão muito voltados para a economia como um todo, sem uma avaliação específica do agro. Além disso, os Estados Unidos aumentaram a necessidade de abastecer o mercado interno com produtos externos, quando se trata de alimentos.

Os americanos vêm perdendo presença no mercado mundial do agronegócio para o Brasil. Brigas tarifárias no primeiro mandato de Trump, custo elevado de produção e problemas específicos em alguns setores, como na pecuária, fazem os americanos chegarem ao maior déficit comercial na balança comercial do agronegócio.

Fonte: Folha de S.Paulo

Exportadores avaliam que China pode trocar soja dos EUA pela do Brasil

Exportadores de grãos esperam que a China redirecione para o Brasil parte de sua demanda por soja, em função da escalada do conflito tarifário contra os Estados Unidos. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) avalia que a guerra comercial tende a mudar a dinâmica global dos preços e dos fluxos de comércio.

Em março de 2025, o Brasil exportou um volume recorde de soja. Foram 14,68 milhões de toneladas, alta de 16,51% em relação a março de 2024, segundo dados da Royal Rural. Na visão da consultoria, os chineses elevaram suas compras nos primeiros três meses do ano para compor seus estoques.

O quadro deve se manter com a escalada tarifária entre EUA e seus principais parceiros comerciais. “O Brasil se tornou ainda mais atrativo para compradores internacionais, o que deve manter o ritmo de exportações aquecido ao longo dos próximos meses”, diz a Royal Rural.

A situação não está isenta de riscos, avalia a Anec. A disputa comercial já pressiona os preços da soja no mercado internacional. Na bolsa de Chicago, as cotações caíram mais de US$ 0,30 e ficaram abaixo dos US$ 10 por bushel nesta sexta-feira (4/4). O cenário também pode refletir nas margens de esmagamento da indústria chinesa de óleo.

Fonte: Globo Rural