Farm News 01/12 a 07/12
Comissão do orçamento aprova R$ 12,5 bilhões em créditos para agro
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou dia 2/12 um total de R$ 12,5 bilhões em créditos extraordinários para o Orçamento de 2025, conforme divulgado pela Agência Senado. A maior parcela está na Medida Provisória 1.316/2025, que destina R$ 12 bilhões para apoiar produtores rurais afetados por eventos climáticos adversos.
Segundo mensagem enviada pelo governo ao Congresso, a medida cria novas linhas de crédito rural voltadas à liquidação ou amortização de dívidas relacionadas ao Pronaf, ao Pronamp e a contratos firmados por agricultores que enfrentam dificuldades de pagamento, conforme o informado pela Agência Senado.
A relatora da MP, senadora Dorinha Seabra (União-TO), defendeu a aprovação da proposta. “Com esse crédito, será possível oferecer taxas de juros e prazos mais adequados para pagamento das dívidas que não puderam ser regularizadas devido aos custos com as instituições financeiras e para o Tesouro Nacional”, afirmou.
As medidas provisórias aprovadas seguirão agora para análise dos Plenários da Câmara e do Senado, enquanto os projetos de lei serão votados no Plenário do Congresso Nacional.
Fonte: Agrolink
Produção de café é estimada em 56,5 milhões de sacas em 2025
A produção brasileira de café em 2025 está estimada em 56,5 milhões de sacas de 60 quilos. Mesmo sendo um ano de bienalidade negativa, este resultado representa o terceiro maior registrado da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atrás apenas dos anos de 2020 e 2018, ambos de bienalidade positiva da planta, e uma alta de 4,3% se comparado com o volume obtido no ano passado.
O resultado é uma combinação de uma ligeira queda de 1,2% na área em produção, estimada em 1,85 milhão de hectares, com uma melhor produtividade média nacional, projetada em 30,4 sacas por hectare, reflexo do bom desempenho verificado nas lavouras de conilon. É o que mostra o 4º Levantamento de Café 2025.
Com menor influência da bienalidade, a produção de conilon em 2025 atinge 20,8 milhões de sacas, um novo recorde para a espécie ao se analisar a série histórica da Companhia, ultrapassando 2022, quando foram colhidos 18,2 milhões de sacas. Em relação à safra passada, o atual resultado representa um crescimento de 42,1%. A regularidade climática favoreceu o vigor das plantas e resultou em elevada carga produtiva.
No Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, a colheita da espécie chega a 14,2 milhões de sacas, crescimento de 43,8% em relação ao ano de 2024.
Fonte: Conab
Produção agroindustrial volta a crescer após três meses de retração
O volume de produção agroindustrial registrou alta de 2,3% em setembro de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo levantamento do Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), do FGVAgro. Trata-se da primeira expansão após três meses consecutivos de quedas e, embora o desempenho seja positivo, ele apenas compensou as perdas acumuladas ao longo do trimestre.
O crescimento foi impulsionado pelos segmentos de produtos alimentícios e bebidas, que avançaram 5,8% no período. Já o conjunto de produtos não alimentícios recuou 1,5%. A análise setorial mostra aumento quase generalizado na produção, com exceção de bebidas alcoólicas, que caíram 6,7%, e biocombustíveis, que registraram forte retração de 24,4%. A queda expressiva desse último setor foi suficiente para anular ganhos observados nos demais componentes do segmento.
No acumulado do terceiro trimestre, a agroindústria apresentou leve recuo de 0,01% frente ao mesmo período de 2024, zerando praticamente todo o avanço registrado em setembro. Para fechar 2025 com resultado positivo, o setor precisa crescer ao menos 0,3% no quarto trimestre, desempenho que, segundo o estudo, não está garantido.
Os pesquisadores do FGVAgro destacam que a agroindústria enfrenta um ambiente desafiador, marcado por juros elevados — que encarecem o custo de capital — e pelas incertezas geradas pelo tarifaço norte-americano, que afetou as expectativas do setor.
Fonte: Band
Diversidade agrícola sustenta polinizadores nos trópicos
A proximidade de florestas e outras áreas naturais não garante mais polinizadores nas lavouras de pequenos agricultores tropicais. Uma meta-análise reuniu dados de mais de 500 propriedades em 13 países e concluiu que a distância até habitats naturais não determina a presença de abelhas e outros insetos nem influencia de forma consistente a transformação de flores em frutos.
O estudo avaliou 35 pesquisas conduzidas na América Central, América do Sul, África Oriental, Sul e Sudeste Asiático. Os autores analisaram a relação entre o isolamento das lavouras e três indicadores de serviços de polinização: abundância de polinizadores, riqueza de espécies e frutificação. Os resultados mostraram grande variação entre as áreas estudadas. A análise não registrou padrão claro de queda de insetos ou de frutificação com o aumento da distância até o habitat natural.
A investigação identificou leve tendência de redução da riqueza de espécies em áreas mais distantes. A queda prevista na diversidade a 1 km do habitat natural alcançou 31%. Mesmo assim, os autores ressaltaram forte heterogeneidade entre estudos e ausência de resposta uniforme. A abundância de insetos e a frutificação não exibiram relação consistente com o afastamento.
A pesquisa atribuiu essa estabilidade dos serviços de polinização à complexidade ecológica típica das pequenas propriedades. Esses sistemas costumam reunir diferentes cultivos, árvores, flores e áreas sombreadas em arranjos diversificados.
Fonte: Revista Cultivar
Bioinsumo pode trazer economia de até R$ 15,7 bilhões por safra de soja, diz estudo
Um estudo do Ipea aponta que o uso da Solubilização Biológica de Fosfato (SBF), técnica que emprega microrganismos como Pseudomonas, Bacillus e Aspergillus para liberar fosfato preso no solo, pode gerar economia de até R$ 15,7 bilhões por safra de soja no Brasil, reduzindo em 30% a 50% a aplicação de fertilizantes fosfatados.
A adoção em larga escala da tecnologia, mesmo descontando o custo estimado de R$ 2,8 bilhões para sua aplicação total, pode elevar a produtividade da soja em 5,9% a 10,5%, com ganho máximo de 15,5 milhões de toneladas ao ano (R$ 14,9 a R$ 28,5 bilhões).
Os pesquisadores destacam que cerca de 70% do fosfato aplicado fica fixado no solo, e a SBF permitiria torná-lo disponível novamente às plantas, reduzindo a dependência de importações.
O estudo também aponta contribuição para a descarbonização: a SBF poderia evitar 1,3 a 4,5 milhões de toneladas de CO₂, representando um benefício econômico de até R$ 2 bilhões, além de potencialmente diminuir a pressão por desmatamento ao elevar a produtividade sem expansão de área.
Fonte: Globalfert
Balança do agronegócio mantém ritmo recorde
Mesmo com o tarifaço imposto a boa parte dos produtos do agronegócio brasileiro pelo governo de Donald Trump, a balança comercial do setor caminha para novo recorde. Os cinco principais itens da balança atingiram receitas de US$ 105 bilhões de janeiro a novembro, 3,3% a mais do que em igual período de 2024.
Líder nas exportações do setor, a soja teve expansão de 7% no volume comercializado, que subiu para 104 milhões de toneladas até o mês passado. Apesar de vendas maiores, as receitas ficaram estáveis em US$ 42 bilhões. Isso ocorreu devido à queda média de 8% nos preços internacionais neste ano.
As carnes trouxeram US$ 27 bilhões para o país até o mês passado, com aumento de 21% sobre o ano anterior. Essa evolução ocorreu mesmo com barreiras externas colocadas sobre a carne bovina e a de frango.
Os Estados Unidos, país que é o segundo maior importador de carne bovina, impuseram pesada taxa à carne bovina nacional. Já a China e União Europeia interromperam as compras de carne de frango depois da ocorrência do primeiro caso de gripe aviária no Brasil. Os americanos já eliminaram as taxas extras colocadas neste ano, mas mantêm as que o produto tinha anteriormente. Chineses e europeus voltaram a comprar a carne de frango brasileira.
Fonte: Folha de S.Paulo
Nova política de carbono da UE alterará preços de fertilizantes
A StoneX, empresa global de serviços financeiros, divulgou, em seu relatório semanal de fertilizantes, uma análise sobre os possíveis impactos do Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras (CBAM) — política climática da União Europeia que começará a taxar, a partir de janeiro de 2026, as emissões de carbono embutidas em determinados produtos importados.
Entre os itens afetados, estão os fertilizantes nitrogenados, insumo essencial para o setor agrícola europeu. Segundo o analista de Inteligência de Mercado, Tomás Pernías, essa nova taxação tende a elevar os custos de produção dos agricultores europeus, que já enfrentam um ambiente desafiador devido ao encarecimento da produção interna no bloco.
“As indústrias europeias têm arcado com custos crescentes para cumprir as metas de redução de emissões, e esse encarecimento da produção muitas vezes incentiva os compradores a buscarem produtos estrangeiros, que não estão sujeitos às mesmas regulações europeias. O CBAM surge justamente para equalizar a competitividade entre produtores domésticos e estrangeiros”, explica.
O mecanismo se aplica inicialmente a importações de cimento, eletricidade, fertilizantes, alumínio, ferro e alguns produtos químicos. A medida busca evitar o chamado vazamento de carbono, fenômeno em que empresas transferem sua produção para países com regulações ambientais menos rígidas, o que esvazia os esforços do bloco para reduzir emissões.
Fonte: Notícias Agrolink
