Farm News 29/09 a 05/10
Novo Zarc Níveis de Manejo para a soja no Paraná é divulgado
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) dará início, neste mês de outubro, à próxima etapa do projeto-piloto do Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM), voltado para a cultura da soja no Estado do Paraná.
O ZarcNM considera o nível de manejo agrícola adotado em cada talhão para avaliar o risco climático, diferenciando áreas com base em práticas sustentáveis e eficientes. O protocolo técnico foi desenvolvido pela Embrapa e prevê a classificação das áreas em quatro níveis (NM1 a NM4), conforme seis indicadores, como teor de cálcio no solo, tempo sem revolvimento, cobertura com palhada e diversidade de cultivos.
Para a classificação, os produtores precisam reunir três conjuntos de dados: cadastro do agricultor e da área (com geolocalização e histórico de uso), informações por sensoriamento remoto e geoprocessamento, além de análises físicas e químicas do solo com amostras georreferenciadas. Todos os dados devem ser registrados no Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), etapa essencial para validação da classificação.
Na primeira etapa, a operação do sistema foi realizada por usuários previamente credenciados, como cooperativas, empresas de geotecnologia, instituições de assistência técnica e extensão rural (ATER), seguradoras, bancos e órgãos públicos.
Fonte: Mapa
Safra 2025/26: condições climáticas favorecem trigo no RS
A safra de trigo no Rio Grande do Sul apresenta cenário positivo, com lavouras em bom desenvolvimento e elevado potencial produtivo. Segundo a Emater/RS, 13% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 37% em floração, 40% em enchimento de grãos e 10% em maturação.
O tempo seco e a boa luminosidade favoreceram o desenvolvimento nas fases críticas, como floração e enchimento, acelerando a maturação das áreas mais precoces e garantindo maior uniformidade e acúmulo de matéria seca.
O manejo fitossanitário foi intensificado de forma preventiva, principalmente em regiões com histórico de doenças fúngicas. A área cultivada é de 1.198.276 hectares, com estimativa de produtividade de 2.997 kg/ha.
Na aveia-branca, a colheita foi antecipada antes das chuvas, garantindo bons resultados, superando 3.000 kg/ha em algumas regiões. No entanto, no Noroeste houve perdas pela irregularidade da emergência. As áreas já colhidas estão sendo destinadas ao cultivo de verão.
A safra de canola também evolui de forma favorável, com destaque para lavouras tecnificadas, impulsionadas ainda pelo preço atrativo acima da soja. A maioria das áreas encontra-se em enchimento de grãos e maturação, com baixa incidência de pragas e doenças. A projeção é de 203.206 hectares e 1.737 kg/ha.
Já a cevada se desenvolve adequadamente, principalmente no Planalto, com perspectivas positivas de rendimento, sobretudo para produção de malte.
Fonte: Revista Cultivar
Líder na produção de café arábica, Brasil vai liderar a de robusta
Além de ser o principal produtor mundial de café arábica, o Brasil tem todas as condições para assumir também a liderança na produção de café robusta, atualmente ocupada pelo Vietnã. Novas formas de tomar café, como instantâneo, gelado, bebida pronta e outras, aumentam a demanda internacional pelo produto.
Há uma série de desafios pela frente para os produtores, mas o Brasil têm algumas vantagens em relação aos principais concorrentes. Entre os obstáculos a serem vencidos, basicamente comuns a todos, estão mudanças climáticas, volatilidade dos preços, elevação de custos na produção e incertezas geopolíticas.
Uma nova ameaça é a EUDR (lei antidesmatamento da União Europeia). O Brasil tem condições melhores do que os concorrentes na ampliação da produção, ocupando áreas atualmente degradadas, principalmente as de pastagens.
Essa nova tendência global de consumo levou as indústrias a uma onda de investimentos no Brasil nos anos recentes na área de café instantâneo, afirma Guilherme Morya, analista do Rabobank, em um estudo sobre as perspectivas de expansão do café robusta no Brasil.
Além da possibilidade de maior avanço da cultura, a produção nacional já vem em ritmo crescente. A safra 2025/26 atingiu 24,7 milhões de sacas de café robusta, acima dos 19 milhões de há cinco anos.
Fonte: Folha de S.Paulo
Mercado de trabalho: colaboradores do agro são 26% do total do País
O agronegócio brasileiro empregou 28,2 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, com avanço de 0,9% (ou de aproximadamente 244 mil pessoas) frente ao mesmo período de 2024.
As informações são de pesquisas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Trata-se de um novo recorde da série histórica do Cepea/CNA, iniciada em 2012.
No mercado de trabalho brasileiro, a mesma comparação indicou crescimento de 2,3%, equivalente a aproximadamente 2,43 milhões de trabalhadores. Diante disso, a participação do setor no total de ocupações do Brasil atingiu 26% no segundo trimestre de 2025.
Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, o avanço no número de pessoas trabalhando no agronegócio brasileiro no segundo trimestre de 2025 frente ao mesmo período do ano anterior se deve ao maior contingente ocupado no segmento de insumos, de 7,4%, na agroindústria, de 2,1%, e nos agrosserviços, de 3,2%. Já o número de pessoas atuando no segmento primário caiu 2,6%.
Ainda que o avanço em percentual registrado para insumos tenha sido mais intenso, pesquisadores do Cepea/CNA destacam a elevação verificada para agrosserviços, que correspondeu a pouco mais de 325 mil trabalhadores, levando o segmento a empregar 10,5 milhões de pessoas, um recorde.
Fonte: Cepea
Fim da segunda safra reflete em preços de serviços de frete de grãos
O término da colheita das culturas de segunda safra, em especial o milho, refletiu nos preços de frete de grãos. Em Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul, importantes produtores do cereal na segunda safra, registraram queda nas cotações em agosto para os serviços de transporte de grãos na maioria das rotas analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). É o que mostra a edição de setembro do Boletim Logístico divulgado semana passada pela estatal.
“A produção recorde de milho na temporada 2024/25 aumenta a necessidade de dar vazão célere ao escoamento da safra, o que refletiu nos preços dos fretes rodoviários, que apresentaram seu momento de pico em julho”, lembra o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.
“De modo geral, ainda que os preços tenham caído em boa parte das rotas estaduais em agosto, o patamar de preços de frete é superior ao registrado no mesmo momento na safra passada, em uma conjuntura de aquecimento logístico. E a tendência é de persistência de um certo suporte aos preços para os próximos meses, como decorrência deste cenário de oferta elevada e demanda dinâmica e mais cadenciada ao longo dos meses, com a atuação de players tanto externos quanto internos, na área de alimentação animal e bioenergia”, pondera Guth.
Fonte: Conab
Projeto Santa Quitéria pode reduzir em 15% a dependência de fosfatados
A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para debater o avanço do Projeto Santa Quitéria, empreendimento que visa explorar fosfato e urânio no semiárido cearense.
O projeto, liderado pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil) e Galvani Fertilizantes, pode reduzir em até 15% a dependência nacional de fertilizantes fosfatados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
Durante a audiência, representantes do governo e da sociedade civil destacaram que o projeto pode transformar uma das regiões mais pobres do Ceará, gerando empregos, infraestrutura e abastecimento hídrico para comunidades locais.
A proposta inclui o uso de tecnologia que elimina barragens de rejeitos e reaproveita 100% da água utilizada, além de compromissos com a compra da produção agrícola familiar da região.
Com investimento previsto de R$ 2,3 bilhões, o projeto promete multiplicar por até dez vezes o PIB de Santa Quitéria e abastecer as usinas nucleares de Angra com urânio nacional.
Apesar do apoio dos ministérios da Agricultura e de Minas e Energia, o projeto ainda aguarda licenciamento ambiental do IBAMA, com pendências relacionadas a estudos sobre comunidades indígenas e espécies ameaçadas. A expectativa é que todas as exigências técnicas sejam atendidas até 30 de outubro.
Fonte: Globalfert
Soja tem ganho de até 13% com polinização de abelhas
O dia 3 de outubro marca a data nacional das abelhas, insetos reconhecidos como fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas. Responsáveis pela polinização de cerca de 90% das plantas com flores do planeta, segundo a Embrapa, elas exercem papel que vai além da produção de mel, com impacto direto na produtividade agrícola.
Nas lavouras brasileiras, essa contribuição tem sido confirmada por pesquisas. A soja, embora não seja uma planta melífera clássica, mostrou ganhos expressivos quando cultivada em áreas com presença de abelhas. Um estudo conduzido pela BASF Soluções para Agricultura, em parceria com a Embrapa e o Senar, apontou aumento de até 13% na produtividade.
A partir dessa iniciativa, foi validado um protocolo de Boas Práticas Agrícolas e Apícolas, que orienta a integração entre agricultores e apicultores. Como resultado, foi elaborada a cartilha gratuita “Boas práticas para integração entre apicultura e sojicultura”, com recomendações sobre comunicação entre produtores, manejo de colmeias e atenção aos horários de aplicação de defensivos. O objetivo é promover uma convivência adequada entre as atividades.
Os resultados práticos também foram observados por apicultores. O gaúcho Aldo Machado relatou ganhos acima da média nacional em seus apiários instalados próximos às plantações de soja.
“Nós tivemos apiários que deram mais de 50kg só na soja, o que representa duas vezes a média nacional. E é um mel de qualidade, de difícil cristalização, bem aromático e claro. Ou seja, um mel excelente para mesa”, afirmou.
Fonte: Agrolink
