Farm News 08/09 a 14/09
Acordo prevê a entrega de 73 milhões de toneladas de fertilizantes
Um acordo realizado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a Associação Brasileira para a Difusão de Adubos (ANDA) prevê a entrega de 73 milhões de toneladas de fertilizantes. Esse acordo é de grande importância para o Brasil, tendo em vista que o país é um dos maiores importadores mundiais deste insumo.
Anunciado durante o 12º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, a parceria técnica tem como objetivos principais o intercâmbio de conhecimentos e a geração de informações qualificadas sobre o setor.
As ações visam aprimorar as estatísticas do setor, fomentar a inovação e os bioinsumos, produzir conhecimento estratégico e mobilizar recursos para a sustentabilidade.
O contexto do acordo foi marcado por projeções otimistas. Analistas presentes no evento estimaram que as entregas de fertilizantes para 2025 podem bater um recorde absoluto, variando entre 48,2 e 49 milhões de toneladas.
Os debates também destacaram a necessidade de superar desafios como a falta de crédito para o produtor rural e a alta dependência de importações, apontando o aprimoramento logístico como fator decisivo para o desenvolvimento sustentável e econômico do setor.
Fonte: Globalfert
Modelo prevê produtividade agrícola com uso de imagens de satélite
Um modelo em desenvolvimento pela Embrapa conseguiu estimar com boa assertividade a produtividade de cana-de-açúcar utilizando imagens de satélite coletadas durante a fase de crescimento da lavoura.
O resultado foi obtido integrando as imagens com técnicas estatísticas e aprendizagem de máquina. A mesma metodologia também foi testada em soja e serviu como forma de validação do bioestimulante Hydratus que acaba de ser lançado.
A pesquisa utiliza uma série temporal de imagens da PlanetScope disponibilizadas por meio do Programa Brasil Mais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As imagens diárias permitem que os pesquisadores identifiquem os melhores momentos no desenvolvimento da planta para se obter o índice de vegetação usado na previsão.
As informações coletadas nas imagens integradas a variáveis como cultivar, ciclo de produção e precipitação acumulada durante a fase de crescimento são usadas em um modelo de predição.
No caso da cana-de-açúcar, um trabalho feito em parceria com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), e financiado pela Finep, monitorou duas safras durante três anos e obteve coeficiente de determinação de 0,89.
Isso significa que quando comparadas as predições do modelo com a produtividade observada na lavoura pelos métodos agronômicos tradicionais, houve 89% de precisão, índice considerado alto para previsões.
Fonte: Embrapa
Drones e satélites são usados para monitorar pastagens em SC
A tecnologia no agronegócio tem se tornado um fator decisivo para aumentar a produtividade e a sustentabilidade no campo. Em Santa Catarina, a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural) vem investindo em ferramentas modernas voltadas à agricultura de precisão.
Um dos principais exemplos é o projeto inovador “Pasto Remoto”, desenvolvido na Estação Experimental de Lages, que une sensoriamento remoto, ciência de dados e manejo inteligente de pastagens.
Com mais de 70% de confiabilidade, o método reduz a necessidade de visitas presenciais, otimiza o uso de mão de obra e representa um avanço relevante na gestão forrageira. Entre agosto de 2023 e 2024, seis propriedades da Serra Catarinense foram monitoradas, abrangendo diferentes ciclos de crescimento das pastagens. Além dos ganhos operacionais, a tecnologia também promove impactos positivos no meio ambiente.
A técnica permite um uso mais eficiente de recursos naturais e contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa, como o metano entérico, liberado por ruminantes. A partir das imagens coletadas, os pesquisadores da Epagri criaram um banco de dados com índices de vegetação detalhados.
Com base nisso, está sendo desenvolvida uma plataforma web acessível, onde técnicos e produtores poderão visualizar dados em tempo real e tomar decisões assertivas sobre o manejo de pastagens.
Fonte: Portal RBV
Apesar de alta do PIB do agro, gargalos estruturais ameaçam competitividade
O PIB brasileiro avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025 e somou R$3,2 trilhões, as informações foram divulgadas nesta terça-feira (02), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com leve queda de 0,1% entre abril e junho, a agropecuária acumula alta de 10,1% em 12 meses, sustentada pela safra histórica de soja e milho.
O desempenho reforça a relevância do setor, que responde por cerca de um terço da economia nacional, mas nem tudo são rosas no setor, uma vez que são evidentes vulnerabilidades que comprometem a competitividade no médio e longo prazos.
Além do ambiente de crédito caro, agravado pela Selic no maior patamar desde 2006, o setor enfrenta uma maior aversão ao risco por parte dos agentes financiadores. Segundo a Serasa Experian, em 2024 os pedidos de recuperação judicial protocolados por produtores rurais pessoa física aumentaram 350%, impulsionados por juros altos, custos de produção e adversidades climáticas.
Esta combinação de juros altos e deterioração da capacidade creditícia impactam brutalmente o acesso do produtor ao capital, e os reflexos já aparecem nas estatísticas e projeções.
Uma evidência é a maior cautela na expansão de área de grãos. De acordo com a Conab, a produção em 2024/25 deve alcançar 345,2 milhões de toneladas, mas em 2025/26 a expansão da soja tende a perder fôlego.
Fonte: Band
Produção mundial de soja recua levemente, aponta USDA
O relatório de oferta e demanda do USDA de setembro trouxe revisões importantes para a soja no cenário global. A produção mundial foi ajustada levemente para baixo, de 426,39 milhões de toneladas em agosto para 425,87 milhões em setembro.
Os estoques finais também caíram, passando de 124,9 para 123,99 milhões de toneladas, refletindo ajustes regionais, sobretudo na América do Sul e nos Estados Unidos. O quadro indica um mercado ainda equilibrado, mas com sinais de aperto na oferta, o que pode trazer impactos nas cotações internacionais.
No Brasil, o USDA manteve a estimativa de produção em 175 milhões de toneladas, consolidando o país como o maior produtor mundial. Os estoques finais tiveram leve aumento, de 36,96 para 37,26 milhões de toneladas, reforçando a posição de equilíbrio da safra brasileira.
Já as exportações permanecem projetadas em 112 milhões de toneladas, sem alteração em relação ao relatório anterior, sustentando o protagonismo brasileiro nas vendas externas.
Nos Estados Unidos, houve revisão positiva na produção, que passou de 116,82 para 117,05 milhões de toneladas. Porém, a produtividade recuou de 60,08 para 59,96 sacas por hectare, mostrando os efeitos do clima adverso em algumas regiões produtoras.
Fonte: Agrolink
Abate de vacas supera a de boi pela primeira vez, segundo IBGE
Pela primeira vez, o abate de fêmeas supera o de machos no setor de bovinos. Foram abatidos 5,26 milhões de fêmeas no segundo trimestre deste ano, incluindo vacas e novilhas, o maior número registrado pela série do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O abate de machos foi de 5,2 milhões, somando 10,46 milhões de bovinos abatidos no trimestre, quando incluído o número de fêmeas aos de machos. No acumulado do primeiro semestre, a conta é de 20,4 milhões de cabeças, 4,5% a mais do que de janeiro a junho de 2024, com participação de 50,2% de animais machos.
O ritmo das exportações, devido à boa demanda externa, ajudou nessa evolução da colocação de um número maior de animais nos frigoríficos, segundo Angela Lordão, gerente da pesquisa do IBGE.
Na atualização dos dados do setor de pecuária feita nesta quarta-feira (10), o IBGE registrou ainda evolução nos abates de suínos e de frangos no segundo trimestre. Os dados do período de abril a junho, somados aos do primeiro trimestre, indicam a produção de carne desses três segmentos em 14,93 milhões de toneladas equivalentes carcaça, 2,8% a mais do que em igual período do ano anterior.
Fonte: Folha de S.Paulo
Clima adverso compromete a safra 2025/26 de cana
A safra 2025/26 de cana-de-açúcar no Brasil enfrenta desafios climáticos que impactam produtividade e qualidade, segundo dados Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) analisados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A produção é estimada em 668,9 milhões de toneladas, queda de 1,2% em relação ao ciclo anterior, reflexo de secas, altas temperaturas e geadas que afetaram regiões do Centro-Sul.
De acordo com a análise mensal do CNA referente ao mês de agosto, o índice de toneladas por hectare (TCH) e o teor de açúcar recuperável (ATR) registraram queda, apontando um cenário mais desfavorável. Apesar disso, o mix da safra deve se tornar mais açucareiro, uma vez que o aumento projetado na produção de etanol de milho (+14,5%) permite à indústria destinar maior parte da matéria-prima para açúcar, especialmente diante da queda de 23% nos preços do açúcar em 2025.
A produção de etanol de cana também deve apresentar recuo. Com o início do E30 em agosto, espera-se alta de 5,9% na produção de etanol anidro, mas a produção total (anidro + hidratado) deve cair 3,9%, afetada por fatores como a redução da Conab entre o 1º e 2º levantamento (-2,9%) e o impacto de tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, segundo maior importador do etanol brasileiro.
Outro destaque é a mecanização do plantio. Diante da escassez de mão de obra, produtores têm investido em operações semi-mecanizadas, mesmo com custos mais altos. Um levantamento em Goiás pelo Campo Futuro indica que a transição do plantio manual para semi-mecanizado (80% manual e 20% mecanizado) aumentou os custos em 38%, tendência observada em todo o Centro-Sul.
Fonte: Revistas Cultivar
