
Farm News 11/08 a 17/08
Pesquisa identifica barreiras e soluções para adoção de tecnologia no agro
Um estudo publicado na revista Sustainability analisou os desafios e oportunidades da implementação de tecnologias digitais na agricultura latino-americana, com foco no Brasil. A pesquisa comparou dados acadêmicos e empíricos, ouvindo pequenos e médios produtores de dez distritos agrotecnológicos (DATs) vinculados ao Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (Semear Digital).
Entre as principais barreiras estão falta de recursos financeiros, baixa alfabetização digital, desconfiança dos produtores, infraestrutura inadequada e custo elevado dos equipamentos. O artigo, assinado por Thais Dibbern (Unicamp/Embrapa), Silvia Massruhá (Embrapa) e Luciana Romani (Embrapa), sugere políticas públicas para superar esses obstáculos.
Dibbern destaca a necessidade de expandir a conectividade não só para as propriedades, mas também para as áreas de cultivo. Além disso, propõe programas de capacitação em parceria com cooperativas, que podem compartilhar conhecimento e equipamentos, reduzindo custos.
A pesquisa também aponta a falta de conhecimento sobre linhas de crédito existentes e a insegurança fundiária, comum em assentamentos, como entraves. “A reforma agrária pode dar mais garantias aos produtores para investir em tecnologia”, afirma Dibbern. O estudo reforça a importância de ações integradas para democratizar o acesso à agricultura digital no país.
Fonte: Jornal da Unicamp
Sistema digital mapeia pragas que afetam a produção da macadâmia
A Embrapa Meio Ambiente lançou o InsetoNutWeb, um sistema inédito que reúne informações sobre insetos e ácaros presentes em plantações de macadâmia no Brasil e no exterior. A plataforma, gratuita e acessível via computador ou tablet, ajuda produtores a identificar pragas e inimigos naturais, facilitando o manejo fitossanitário.
Desenvolvido em parceria com a empresa QueenNut, o projeto mapeou espécies em áreas produtoras brasileiras e de outros 19 países, incluindo Austrália, EUA e África do Sul. O sistema também alerta sobre 18 pragas quarentenárias que podem ameaçar a cultura no Brasil, conforme identificação do Ministério da Agricultura.
As análises foram concentradas em Dois Córregos (SP), principal região produtora, onde foram coletados dados em duas variedades de macadâmia entre 2020 e 2025. O material foi avaliado no Laboratório de Entomologia da Embrapa, gerando um banco de dados útil para monitoramento e controle de pragas.
A ferramenta é uma inovação no setor, oferecendo suporte técnico para reduzir perdas e aumentar a produtividade da macadâmia no país. Além de auxiliar no controle de pragas, o InsetoNutWeb permite o acesso rápido a informações técnicas, como características das espécies, danos causados e métodos de manejo integrado. Isso possibilita que produtores e técnicos tomem decisões mais assertivas no campo, reduzindo o uso indiscriminado de defensivos agrícolas.
Fonte: Compre Rural
Brasil tem supersafra em momento de alta na produção mundial
O Brasil obteve uma supersafra de grãos neste ano, conseguindo volumes não registrados até então. Nos cálculos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), são 345,2 milhões de toneladas. Nos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 340,5 milhões.
A produção brasileira está concentrada basicamente em soja e milho, produtos que representam 89% do volume nacional. Esses produtos, no entanto, vão encontrar forte concorrência externa de outros países, que, a exemplo do Brasil, também estão com produção elevada.
A colheita de soja rendeu 169,7 milhões de toneladas neste ano, segundo a Conab, um volume também previsto pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Já o IBGE estima a colheita em 165,5 milhões.
Com o volume brasileiro colocado no mercado, a produção mundial de 2024/25 sobe para 424 milhões de toneladas, 13 milhões acima do que será consumido no período. Na safra 2025/26, no entanto, produção e consumo voltam a ter um equilíbrio de 426 milhões de toneladas.
A China, principal importadora da oleaginosa, compra 106 milhões nesta safra, mas sobe para 112 milhões em 2025/26, segundo estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Fonte: Folha de S.Paulo
Arábia Saudita retoma compras de carne de aves após gripe aviária no Sul
A Arábia Saudita anunciou que vai retirar as restrições temporárias impostas à importação de carne de aves do Rio Grande do Sul, após a conclusão do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), registrado no município de Montenegro.
A confirmação foi dada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ao governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), na quarta-feira (13).
“Aos poucos estamos reabrindo mercados importantes e estratégicos para o Rio Grande do Sul. Isso também mostra a credibilidade que temos junto aos países e a qualificação do trabalho do Serviço Veterinário Oficial gaúcho”, enfatizou o secretário da Agricultura, Edivilson Brum.
Dados da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) mostram que a Arábia Saudita foi responsável por 21% das exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul entre janeiro a outubro de 2024, ficando atrás apenas dos Emirados Árabes.
Entre abril e janeiro deste ano, a Arábia Saudita era o 2º maior importador do produto brasileiro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, destacou que é uma notícia importante, tendo em vista o potencial de compra da Arábia Saudita.
Fonte: Band
China bate recorde na produção de carnes
A produção chinesa de carnes bateu recorde no primeiro semestre, impulsionada principalmente por aves e bovinos, segundo dados do Ministério da Agricultura e de Assuntos Rurais da China, compilados pelo DATAGRO.
No período, a produção de carne bovina alcançou 3,42 milhões de toneladas, enquanto aves chegaram a 12,7 milhões de toneladas. A carne suína retomou alta, contribuindo com cerca de 30% do aumento total, enquanto aves representaram mais de 60%. Cortes ovinos seguiram em queda. A carne bovina se destacou com preços em recuperação, indicando demanda interna estável.
O excesso de oferta é desafio tradicional no mercado chinês, principalmente para suínos. Mesmo com controle mais rígido de matrizes, a produção segue avançando, pressionando preços pagos aos produtores. As autoridades anunciaram endurecimento da regulamentação.
O setor avícola, mais fragmentado, enfrenta maior dificuldade de controle, mantendo pressão de excesso de oferta e queda de preços. Esse quadro também explica a demora na retomada das importações de frango brasileiro, suspensas mesmo após o país recuperar status livre de gripe aviária.
Para a carne bovina, o cenário é diferente: oferta total estável e preços em alta. O avanço da produção está ligado à desaceleração do setor leiteiro e ao descarte de matrizes, aumentando volumes de abate.
Fonte: Agrolink
Biodiversidade impulsiona crescimento florestal
Biodiversidade impulsiona funcionamento ecológico. Ela fortalece habitats contra pragas, doenças e efeitos do clima. Pesquisa global conduzida pela Universidade de Michigan revela que esse efeito se amplia em florestas mais úmidas.
Experimento envolveu 15 áreas de diversidade arbórea espalhadas por diferentes climas. Foram analisadas cerca de 100 000 árvores e quase 130 espécies. Em regiões com mais chuva, árvores cercadas por vizinhança diversificada cresceram mais. Em regiões secas, esse efeito foi fraco ou ausente.
O estudo adotou abordagem detalhada. Cada árvore teve seus oito vizinhos analisados. Avaliou‑se se eles diversificavam em espécie ou traços funcionais, como área foliar específica e densidade da madeira.
Peter Reich, autor sênior, ressaltou que “biodiversidade importa em todos os contextos. Mas nos experimentos, faz mais diferença em climas úmidos”. O conceito de “mais úmido” vai além da tropicalidade. Sob essa métrica, florestas de Michigan também se enquadram como úmidas.
Liting Zheng, autoria principal, alertou que mesclar árvores com traços diversos proporciona vantagem significativa. Para zonas úmidas, manter diversidade na vizinhança ajuda a aproveitar ao máximo o potencial da biodiversidade como solução baseada na natureza para o clima.
Outro achado relevante: em anos mais chuvosos dentro de climas úmidos, o benefício da diversidade sumiu. Ou seja, a biodiversidade mostrou-se mais útil nas condições médias, não necessariamente em extremos.
Fonte: Revista Cultivar
Petrobras entrega primeiro lote de ARLA 32 e avança para retomada da ureia
A Petrobras realizou na última semana a entrega do primeiro lote de ARLA 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), na Araucária Nitrogenados S.A. – Ansa, subsidiária integral da companhia, em Araucária (PR).
O ARLA 32 está sendo produzido por meio de um contrato de industrialização por encomenda da Yara, líder global em nitrogenados, que é responsável pelo fornecimento da ureia e pela comercialização do produto final, conforme acordo assinado pelas duas companhias e comunicado ao mercado em novembro de 2024. Os testes e o início da produção começaram em junho deste ano, conforme divulgado pela Petrobras na ocasião.
O marco representa a retomada da produção nacional do ARLA 32 pela Petrobras e é a primeira entrega de um produto da Ansa ao mercado após a hibernação da planta, em 2020. Depois da aprovação do retorno das atividades operacionais, em junho de 2024, a fábrica passou por um conjunto de intervenções de manutenção, visando assegurar a integridade dos equipamentos e a adequação da planta para a retomada da produção. A partida da planta de ureia está prevista para os próximos dias.
“É um grande marco por ser a primeira expedição da produção da Ansa desde 2020. Um passo importante para a consolidação das nossas operações e retomada plena da fábrica”, ressalta o diretor industrial da Ansa, Marcelo dos Santos Faria.
Fonte: Globalfert