
Farm News 28/07 a 03/08
Potência agrícola, Brasil luta para digitalizar o campo
Potência agrícola global, o Brasil ainda enfrenta um paradoxo tecnológico: enquanto avança em produtividade no campo, ainda luta para garantir conectividade digital básica em grande parte das áreas rurais.
Esse cenário foi debatido no evento AgroTIC realizado na quinta-feira, 31. Políticas públicas foram defendidas na promoção da agricultura digital e se pontuou a urgência de superar entraves estruturais e regulatórios.
Dois grandes eixos concentraram os debates: oferta e demanda por conectividade. Na oferta, o principal entrave considerado é a infraestrutura deficitária. A ausência de antenas em áreas rurais é frequentemente associada à falta de regulamentação municipal para sua instalação.
“Às vezes a conectividade não chega por falta de antena, que acontece não por falta do investimento, mas pela proibição ou ausência de lei municipal que permita que a construção da antena possa ser feita naquele município”, afirmou Sérgio Sgobbi, diretor de relações institucionais e governamentais da Brasscom.
Além disso, Sgobbi destacou um problema estratégico: cerca de 60% do processamento em nuvem no Brasil é feito fora do País, principalmente por motivos de custo, o que levanta preocupações com a segurança dos dados do agronegócio. A necessidade de articulação entre entes públicos e privados foi outro ponto citado.
Fonte: Teletime
Ministério das Comunicações terá novo leilão para ampliar conectividade rural
Para avançar na conectividade do campo e de regiões remotas e de difícil acesso no Brasil, o Ministério das Comunicações destacou, durante debate sobre agricultura digital promovido pelo portal Telesíntese, a importância do novo leilão das subfaixas de radiofrequência de 700 MHz.
Previsto para ser lançado ainda este ano, o processo representa mais um passo na missão de levar internet a áreas que ainda estão desassistidas em todo o país.
O diretor do Departamento de Investimento e Inovação em Telecomunicações, David Penha, destacou que o leilão, previsto para ocorrer ainda em 2025, garantirá cobertura de internet móvel em regiões sem atendimento comercial pelas grandes operadoras.
“A gente busca esses 100% de conectividade, mas quanto mais se chega perto da universalização plena, mais difícil fica você caminhar e isso temos visto nos dados recentes da PNAD, divulgados pelo IBGE”, disse o diretor durante sua participação no painel.
Segundo ele, a expectativa é de que a iniciativa leve conectividade 4G ou superior a mais de 500 pequenas localidades, beneficiando cerca de 800 mil pessoas em áreas historicamente excluídas dos avanços tecnológicos. A medida também deve contribuir para melhorar a cobertura ao longo de rodovias federais e propriedades rurais próximas a essas vias.
Fonte: Ministério das Comunicações
Livro sobre Agricultura de Precisão disputa a final do Prêmio Jabuti Acadêmico
Uma obra com 600 páginas, 90 capítulos, 315 autores, de 18 centros de pesquisa da Embrapa e instituições públicas nacionais e internacionais, que levou cerca de dois anos para ser produzida. “Agricultura de Precisão: Um Novo Olhar na Era Digital” está entre os cinco finalistas da 2ª edição do Prêmio Jabuti Acadêmico , na área Ciências Agrárias e Ciências Ambientais.
A cerimônia de premiação será terça-feira, 5 de agosto, às 20 horas, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo (SP). Criado em 2024 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Prêmio é dedicado às áreas científicas, técnicas e profissionais, com o objetivo de valorizar a excelência editorial e ampliar a visibilidade de autores e editores que atuam nesses segmentos.
Os autores vencedores recebem uma estatueta do Jabuti e um prêmio de R$ 5 mil, e as editoras das obras premiadas também recebem uma estatueta. Nesta edição, o Jabuti Acadêmico recebeu 2.004 inscrições. As categorias contempladas divididas estão nos eixos Ciência e Cultura e Prêmios Especiais – contemplam as iniciativas de Divulgação Científica, Ilustração e Tradução.
O Jabuti Acadêmico é uma iniciativa que reforça o compromisso da Câmara Brasileira do Livro com a valorização e conhecimento e da produção acadêmica no Brasil.
Fonte: Embrapa
Fretes sobem com colheita do milho e setor aposta em safra recorde
O início da colheita do milho segunda safra tem movimentado o setor logístico, com reflexos no comportamento dos preços de frete, que registram variações positivas em diversas regiões do país.
Ao mesmo tempo, as importações de fertilizantes seguem em alta, indicando uma expectativa otimista do produtor rural quanto à próxima temporada agrícola. As informações constam da edição de julho do Boletim Logístico, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com o avanço da colheita e os preparativos para o novo ciclo produtivo, cresce a movimentação nos principais polos logísticos. O volume de fertilizantes importados pelo Brasil no primeiro semestre de 2025 alcançou 19,41 milhões de toneladas – crescimento de 9,29% frente ao mesmo período do ano anterior.
A maior entrada foi registrada pelo porto de Paranaguá, com 5,14 milhões de toneladas, seguido pelos portos do Arco Norte e de Santos. A alta na aquisição de insumos agrícolas ocorre mesmo diante de um mercado internacional volátil e reforça a aposta dos produtores em safras volumosas.
No caso da soja, as exportações em junho somaram 13,42 milhões de toneladas, ligeira retração em relação ao mês anterior. Ainda assim, o Brasil segue em posição estratégica no mercado global, diante da resistência chinesa ao produto norte-americano e da menor competitividade da Argentina.
Fonte: Conab
Colheita do feijão avança e mercado mantém alta para produto de melhor qualidade
A colheita do feijão continua avançando em ritmo acelerado nos principais polos produtores do país, garantindo o abastecimento do mercado com lotes de qualidade superior. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 21 de julho, 95% da área plantada com a segunda safra em Minas Gerais já havia sido colhida.
Em Goiás, a terceira safra também apresenta bom desempenho, especialmente nas áreas irrigadas remanescentes, com mais de um terço da produção já colhida. O bom desenvolvimento das lavouras tem favorecido a chegada de grãos com coloração e padrão visual superiores às centrais de abastecimento.
Mesmo com maior oferta, os preços do feijão carioca de melhor qualidade seguem em alta. A valorização está associada à preferência dos compradores por lotes com escurecimento lento e colorações mais claras — características que garantem maior aceitação no mercado e melhor remuneração ao produtor.
Diante do cenário, agricultores analisam a possibilidade de armazenar parte da produção em câmaras frias, estratégia que visa preservar a qualidade dos grãos e garantir preços mais vantajosos em períodos de menor oferta.
A tendência é de que, nas próximas semanas, a movimentação de mercado continue favorecendo os produtores que apostaram em tecnologia e colheita no ponto ideal de maturação.
Fonte: Band
Defensivos agrícolas podem movimentar mais de R$ 950 milhões no Paraná
O centro-oeste do Paraná apresenta uma demanda expressiva não atendida para a comercialização de defensivos agrícolas voltados às safras de verão 2025/2026 e safrinha 2026/2026. De acordo com levantamento realizado pela EEmovel Agro, entre 30% e 35% dos defensivos agrícolas destinados à próxima safra de verão já foram vendidos.
No entanto, o volume negociado para a safrinha ainda é reduzido, variando entre 5% e 10%. A empresa destaca que, historicamente, a média de vendas nesse período costuma superar 80%.
A região, que reúne 153.215 propriedades e 361.550 produtores, conta com uma área plantada temporária estimada em 3,1 milhões de hectares. Apenas na cultura da soja, o potencial financeiro para aquisição de defensivos agrícolas ultrapassa R$ 953 milhões. Mesmo diante desse cenário, cerca de 2 milhões de hectares ainda não realizaram a compra dos insumos necessários para a próxima safra.
O diretor de operações agro da EEmovel Agro, Luiz Almeida, aponta que os produtores têm adiado as aquisições por receio de instabilidades nos preços.
“O potencial da região, considerando o centro ocidental, noroeste e oeste paranaense, ainda é grande.São cerca de 70% da região que ainda não adquiriu defensivos agrícolas para a safra que se inicia nos próximos dias”, afirma.
Fonte: Agrolink
Nova mistura de biocombustíveis entra em vigor
Entraram em vigor, dia 1º de agosto, as novas misturas obrigatórias de biocombustíveis no país: o etanol passa para E30 e o biodiesel para B15, ou seja, elevando de 14% para 15% a proporção de renováveis nos combustíveis fósseis.
A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tem como objetivo reduzir a dependência do Brasil em relação à importação de combustíveis fósseis, especialmente em um momento de instabilidade no mercado global de energia.
Além de representar um passo estratégico rumo à autossuficiência energética, a mudança tem efeito direto sobre o mercado agrícola, especialmente nas cadeias de milho e soja. No caso do etanol, a expectativa é de uma demanda adicional de até 2 bilhões de litros de etanol anidro ao ano, um impulso que tende a consolidar o milho como principal vetor de crescimento na produção do biocombustível.
Yedda Monteiro, analista de inteligência e estratégia da Biond Agro, avalia que a decisão é mais do que uma diretriz técnica: “A adoção simultânea do B15 e do E30 é um recado político e econômico claro: o Brasil quer e pode ser protagonista global na transição energética baseada no agro. A cadeia produtiva da soja e do milho será diretamente beneficiada com mais demanda, investimentos e previsibilidade de preços”, afirma.
Fonte: Revistas Cultivar