
Farm News 21/07 a 27/07
Manejo de solo passa a fazer parte do Zoneamento de Risco Climático da soja
Com um projeto-piloto no Paraná, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para cultura da soja irá considerar, a partir da próxima safra, também a adoção de boas práticas de manejo do solo que aumentam o volume de água disponível para as plantas.
A partir de agosto, os produtores que aderirem ao projeto terão acesso a percentuais diferenciados de subvenção nas apólices do seguro rural, de acordo com o nível de manejo adotado na propriedade.
A inovação da proposta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Embrapa no Zarc Níveis de Manejo (ZarcNM) pretende contribuir para a mitigação dos riscos climáticos enfrentados pela soja.
A Instrução Normativa Nº 2 de 2025, que regulamenta o ZarcNM, foi publicada no Diário Oficial em 9 de julho, após a Resolução nº 107 do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural que aprovou as regras do projeto-piloto. Com isso, o manejo adotado entra no cálculo para avaliação do risco climático da cultura. Nesta fase inicial do projeto, o Mapa destinou R$ 8 milhões.
Segundo o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério, Diego Melo de Almeida, o projeto concretiza a evolução do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
Fonte: Embrapa
Os chineses chegam ao Brasil com biotecnologia para a soja
A presença da China no agronegócio brasileiro não se limita mais à compra da soja. Agora, o país asiático investe diretamente no desenvolvimento de tecnologias voltadas à produção dentro das fazendas. Isso inclui setores como biotecnologia, transgenia e desenvolvimento de novos produtos.
A movimentação mostra que os chineses querem disputar espaço com as grandes empresas já estabelecidas no Brasil. A iniciativa chinesa tem como objetivo oferecer alternativas ao produtor brasileiro. Weicai Yang, do Yazhouwan National Laboratory, afirma que a competição é saudável.
Segundo ele, dar novas opções ao mercado impede a dependência tecnológica de apenas um outro país. O laboratório onde Yang trabalha foi criado pelo governo chinês na ilha de Hainan. A instalação é voltada à pesquisa com culturas de soja, milho e algodão.
Na ilha de Hainan, os cientistas desenvolvem variedades específicas de plantas. Eles buscam atender às exigências do mercado chinês, como maior teor de óleo e proteína. Mas o trabalho vai além da China. Os pesquisadores também criam variedades adaptadas ao clima tropical, a países vizinhos e até a regiões da África e América Central.
Para facilitar a entrada de cientistas e visitantes estrangeiros, a ilha foi transformada em zona franca. Não há exigência de vistos e há incentivos para pesquisa.
Fonte: CPG
Soja brasileira ganha espaço no mercado chinês
Segundo análise semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Brasil exportou 10,38 milhões de toneladas de soja para a China em junho de 2025. O volume representa uma retração de 2,28% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Apesar da queda mensal, o desempenho no acumulado de janeiro a junho mostra avanço. Os embarques brasileiros somaram 48,44 milhões de toneladas no período, crescimento de 4,62% frente ao primeiro semestre de 2024.
No recorte estadual, o Imea destacou o desempenho de Mato Grosso. Em junho, as exportações do estado para o mercado chinês totalizaram 3,14 milhões de toneladas, aumento de 21,01% na comparação anual. De janeiro a junho, o volume exportado alcançou 14,75 milhões de toneladas, avanço de 16,90% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
A projeção para os próximos meses é de continuidade da demanda chinesa, favorecida por fatores de mercado. “A China deve seguir impulsionando a demanda pela soja brasileira, diante da maior oferta interna e da atratividade do produto nacional frente a outros fornecedores”, apontou a análise.
Entre os fatores que aumentam a competitividade da soja brasileira, o Imea citou a recente decisão do governo argentino de retomar a alíquota cheia das “retenciones”, que são tributos sobre as exportações.
Fonte: Agrolink
Produtores de uva encaram a China como novo destino para frutas de mesa
Os produtores de frutas do Vale do São Francisco, na região Nordeste, acreditam que as perdas nas exportações para os Estados Unidos possam ser compensadas com a ampliação do mercado chinês.
A uva de mesa, por exemplo, é um dos produtos que pode perder o mercado americano e ampliar sua presença na China. Empresários chineses visitam o Brasil em agosto, em busca de novos negócios.
O produto se destacou nas exportações brasileiras no último ano e está entre as três frutas mais exportadas pelo país, atrás apenas da manga e do melão. No primeiro semestre deste ano, as vendas para o exterior apresentaram um crescimento expressivo de 77%, com o faturamento mais que dobrando, alcançando a marca de 26 milhões de dólares.
Diante de uma safra recorde, produtores do Vale do São Francisco estão buscando expandir suas vendas para o mercado chinês. “Essa é a esperança de não perder a colheita, com as exportações para os Estados Unidos ameaçadas pelo tarifácio”, afirmou Maria Vitoria da Silva, coordenadora de produção.
A região, conhecida por suas condições climáticas favoráveis, produziu uma das melhores safras de uva de mesa dos últimos tempos e possui variedades sem sementes, muito apreciadas no mercado internacional.
Fonte: Band
Medo com fertilizantes leva a explosão de consumo dos bioinsumos
O que seria da agricultura brasileira sem as nossas maravilhosas bactérias? A pergunta é de Mariangela Hungria, cientista da Embrapa que ganhou o Prêmio Mundial de Alimentação, o “Nobel da Agricultura”.
“Certamente eu posso falar que não seríamos hoje o maior produtor e exportador de soja do mundo. Nem sei se seríamos produtor por causa da alta demanda que a soja tem em fertilizante nitrogenado”, responde.
Segundo ela, o Brasil tem hoje uma liderança mundial na fixação biológica do nitrogênio com a soja, conforme dados internacionais. Um cálculo da área cultivada e dos preços dos químicos indica que a economia na última safra foi de US$ 27 bilhões em fertilizantes nitrogenados na soja, e o país deixou de emitir 260 milhões de toneladas de CO2.
Desconhecido há uma década, os biológicos viraram assunto recorrente entre os produtores. Primeiro pela chegada da Covid, que estrangulou o sistema internacional de transporte. Na sequência, a invasão da Ucrânia pela Rússia afetou a distribuição de fertilizantes.
À espera de problemas com os fertilizantes, o bioinsumo passou a ser uma saída para os produtores, e a procura disparou. Esse produto, no entanto, tem uma história longa de quase 70 anos, segundo Mariangela.
Fonte: Folha de S.Paulo
Oferta restrita eleva preços de fosfatados no Brasil
No ano de 2024, a China suspendeu as exportações de fertilizantes fosfatados principalmente para abastecer o mercado agricultor doméstico e o setor automobilístico. O país tem direcionado o ácido fosfórico – insumo essencial na fabricação de fertilizantes fosfatados – para a produção de baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP), cada vez mais utilizadas em veículos elétricos.
Esse redirecionamento para outro setor tem provocado instabilidade na oferta dos fertilizantes. Com a menor disponibilidade, os preços de fornecedores como Marrocos e Rússia aumentaram. Além do ácido fosfórico, outro insumo da cadeia produtiva dos fertilizantes fosfatados, o enxofre, também registrou aumento ao longo do ano.
Em meio ao cenário de oferta limitada, a demanda brasileira se mostrou aquecida principalmente para o MAP. Apesar da relação de troca desfavorável, produtores de grãos avançaram nas negociações para aquisição do produto. Muitos optaram por antecipar as compras, o que acabou pressionando os preços do fertilizante no mercado.
De acordo com análises da GlobalFert, o preço médio do MAP no primeiro semestre de 2025 apresentou alta de 16% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No mercado internacional, os preços do produto continuam elevados, reforçando a perspectiva de alta no cenário nacional nos próximos meses.
Fonte: Globalfert
Safra global de trigo deve atingir novo recorde em 2025/26
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção mundial de trigo deve alcançar um novo recorde histórico, com 809 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pelos grandes produtores. O consumo global deve acompanhar o crescimento, fechando acima do volume registrado na safra anterior.
Os estoques finais estão projetados em 262,8 milhões de toneladas, em queda pelo sexto ano consecutivo. Apesar disso, as exportações globais devem se manter elevadas e superiores a safra passada, estimadas em 215,3 milhões de toneladas.
Diante da alta na produção, o cenário é de forte concorrência entre exportadores, o que vem pressionando os preços futuros na Bolsa de Chicago (CBOT). A volatilidade cambial e o ambiente geopolítico, incluindo medidas protecionistas como tarifas impostas pelos Estados Unidos, devem continuar influenciando os preços ao longo da temporada.
O trigo também é afetado pelo comportamento do milho, seu substituto na alimentação animal — e a tendência de baixa nos preços do cereal contribui para um viés de queda no mercado do trigo.
Nos Estados Unidos, a produção deve alcançar 52,3 milhões de toneladas, queda de 3% em relação ao ciclo anterior. Já os estoques finais sobem para 24,4 milhões de toneladas, alta de 7%. O preço médio ao produtor é estimado em US$ 5,40 por bushel, ligeiramente abaixo do registrado na última safra.
Fonte: Revista Cultivar