Farm News 30/06 a 06/07

Farm News 30/06 a 06/07

7 de julho de 2025 0 Por admin


Governo lança Plano Safra possível em um ano de pouco dinheiro

Em um ano de cenário interno complicado para o agronegócio e avanço de crises geopolíticas externas, o governo lança mais um Plano Safra. A estimativa de crédito é de R$ 605 bilhões para custeio, comercialização e investimentos nos próximos 12 meses, conforme divulgação dia 1/7.

A agricultura familiar fica com R$ 89 bilhões, e a empresarial, com R$ 516 bilhões. Para o governo é um plano robusto e recorde. Para políticos e parte do setor, nem tanto, uma vez que os custos são crescentes e o valor a ser liberado não cobre a inflação do período. Além disso, boa parte da programação de crédito acaba não chegando ao setor.

Essas discussões já estavam previstas mesmo antes do anúncio. Diante de um contexto de recessão orçamentária, taxas de juros elevadas, fatores externos influenciando preços de commodities e custos de produção, o setor não ia passar ileso a esse cenário.

Essas dificuldades não são exclusividade do Brasil. A última Farm Bill, programa que determina a política agrícola americana, foi aprovada ainda no primeiro governo de Donald Trump. Durante todo o governo de Joe Biden, e agora também no novo mandato de Trump, democratas e republicanos não chegam a um acordo sobre cortes e prioridades para o setor.

Fonte: Folha de S.Paulo

USDA reduz números de soja nos EUA e Brasil em ‘modo turbo’ na comercialização

O ritmo dos negócios da soja no Brasil em junho apresentou boa evolução, com preços oscilando em uma margem estreita, próxima da estabilidade. Os dados divulgados pela consultoria Safras & Mercado apontam que, apesar da queda dos preços em Chicago e do dólar mais baixo, os prêmios positivos no mercado interno superaram esses efeitos, favorecendo a continuidade das negociações.

Com a ampla oferta da commodity, o produtor brasileiro tem aproveitado o momento para avançar nas vendas, garantindo maior rentabilidade. No cenário internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou uma redução na área plantada naquele país, dentro das expectativas do mercado e com impacto limitado nas cotações globais.

Conforme o relatório da consultoria, com dados até 4 de julho, a comercialização da safra brasileira 2024/25 já alcança 69,8% da produção projetada, avanço em relação aos 64% registrados em 6 de junho.

No mesmo período do ano passado, o percentual era de 77,5%, enquanto a média dos últimos cinco anos para o período é de 82,1%. Considerando uma safra estimada em 172,45 milhões de toneladas, isso equivale a 120,43 milhões de toneladas comercializadas até agora. Além disso, a comercialização antecipada, que inclui soja que ainda será colhida na safra 2025/26, representa 16,4% da produção projetada.

Fonte: Canal Rural

Nova mistura aquece demanda por milho e soja

A partir de 1º de agosto, entram em vigor no Brasil as novas misturas obrigatórias de biocombustíveis: o etanol passa a ser E30 e o biodiesel, B15. Essa medida aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aumenta a participação de renováveis nos combustíveis fósseis de 14% para 15%, com o objetivo de reduzir a dependência das importações e fortalecer a bioindústria nacional.

A mudança impacta diretamente o mercado agrícola, especialmente as cadeias do milho e da soja. A demanda por etanol anidro pode crescer até 2 bilhões de litros ao ano, impulsionando a produção de etanol de milho, que deve ultrapassar 30 milhões de toneladas já em 2025.

Regiões como Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Tocantins devem receber novos investimentos em usinas, promovendo a descentralização da matriz energética e o desenvolvimento regional.

No caso da soja, a ampliação do biodiesel para B15 deve aumentar o processamento interno do grão, estimado em 73 milhões de toneladas em 2025, reduzindo a dependência da exportação. Segundo Yedda Monteiro, analista da Biond Agro, a iniciativa representa um “recado claro” de que o Brasil quer ser protagonista global na transição energética baseada no agro, unindo sustentabilidade, segurança energética e geração de emprego no campo.

Fonte: Agrolink

Preços da carne devem disparar em 2026

Se os brasileiros já estão reclamando dos preços altos do café, preparem-se, pois a tendência é que a carne bovina, que vinha com preços estáveis há cerca de dois anos, voltará a subir nos próximos meses e pode ter um aumento muito significativo em 2026. Isso porque está terminando o ciclo de maior oferta de bois no mercado e a oferta, daqui pra frente, deve ser reduzida.

De acordo com o departamento de agronegócio do Itaú BBA, além da carne bovina, também devem ter preços mais altos, até o fim do ano, a carne de frango. Isso pode ocorrer porque as exportações devem ser retomadas após o encerramento do caso de gripe aviária em uma granja comercial. O Itaú prevê inclusive recordes de exportações para a carne de frango nacional até o fim de 2025.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a inflação das carnes acumula uma alta de 23% nos últimos 12 meses. “Desde agosto do ano passado, a alta do boi gordo tem sido integralmente repassada para o preço da carne, tanto no mercado interno quanto nas exportações”, disse Cesar de Castro Alves, gerente de Consultoria Agro do Itaú BBA. 

Fonte: Band

Nova regra que amplia uso do Zarc trará crédito facilitado aos produtores, diz FGV Agro

O Plano Safra 2025/26 da Agricultura Empresarial anunciado nesta terça-feira (1) trouxe, entre as novidades, o fato de o atendimento às recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) ser obrigatório aos produtores que buscam crédito rural de custeio agrícola.

Anteriormente, a medida era restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Porém, a exigência agora se estende a financiamentos acima desse valor e a contratos em que o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) não é exigido.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições. A única exceção se dá em casos em que não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura financiada.

Para o coordenador do Observatório de Seguro Rural da FGV Agro, Pedro Loyola, a medida é positiva. “Agora, o produtor também será avaliado, por meio do Zarc, pelo manejo que ele faz da cultura, a forma como combate doenças e pragas, o uso de sementes certificadas, o tipo de solo em que cultiva e também a tecnologia que emprega.”

Fonte: Canal Rural

Agronegócio inicia ciclo 2025/26 com pressão de custos e câmbio

O Itaú BBA divulgou dia 4/7 a 6ª edição do Visão Agro, relatório anual que traça o panorama do agronegócio brasileiro para o ciclo 2025/26. Pela terceira safra consecutiva, o banco inicia o período com uma mensagem de cautela, diante de um ambiente de maior complexidade para o setor.

O estudo, produzido pela Consultoria Agro do Itaú BBA, aponta que o novo ciclo começa sob efeito de um cenário global adverso. Juros elevados, desaceleração econômica e tensões geopolíticas – com destaque para os conflitos no Mar Negro e no Golfo Pérsico – pressionam os custos de energia e fertilizantes, insumo em que o Brasil é altamente dependente de importações. A situação se agrava diante dos preços em baixa das principais commodities agrícolas, o que exige dos produtores maior atenção à gestão de custos e câmbio.

“Cada cultura convive com nuances distintas, mas o cenário geral tem exigido atenção em todos os cultivos e elos da cadeia. O índice de inadimplência no setor vem aumentando e impactando alguns segmentos de forma mais significativa.

Esse movimento, somado aos riscos de deterioração na relação de troca com fertilizantes e aos desafios na gestão cambial, tem pressionado o crédito disponível para o setor”, afirma Cesar de Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA.

Fonte: Revista Cultivar

Protagonismo do Brasil no agro impõe desafio logístico mais complexo

O Brasil segue consolidando sua posição como uma das maiores potências agroexportadoras do mundo, e esse protagonismo impõe um desafio logístico cada vez mais complexo, aponta o Anuário Agrologístico 2025 da Conab, divulgado semana passada.

O documento reforça a importância de entendermos, com profundidade, a estrutura que sustenta o escoamento de nossa produção, desde a porteira até os mercados internacionais, sendo um instrumento técnico e estratégico para orientar decisões, investimentos e políticas públicas voltadas à eficiência e sustentabilidade da cadeia agroindustrial brasileira.

A edição deste ano evidencia o avanço expressivo dos portos do Arco Norte, que vêm se destacando como alternativa competitiva e eficiente aos tradicionais corredores logísticos do Sul e Sudeste. Esse crescimento, segundo o Anuário, é resultado de investimentos em infraestrutura multimodal e da proximidade com as novas fronteiras agrícolas, como o MATOPIBA. O fortalecimento dessas rotas logísticas representa um ganho relevante em competitividade e desconcentração do escoamento.

O anuário observa um movimento importante de diversificação dos modais de transporte,

com o modal ferroviário em expansão e as hidrovias cada vez mais utilizadas na Região Amazônica. Ainda assim, a predominância do transporte rodoviário e a insuficiência da capacidade de armazenagem — especialmente em áreas emergentes — revelam gargalos logísticos que precisam ser enfrentados com planejamento e prioridade.

Fonte: Conab