
Farm News 14/04 a 20/04
Importações chinesas de soja têm menor volume desde 2012, aponta consultoria
As importações chinesas de soja registraram, em março de 2025, o menor volume para o mês desde 2012, segundo dados da consultoria Datagro, com base em informações da Autoridade Aduaneira Chinesa (GACC). Foram adquiridas 3,5 milhões de toneladas do grão, volume 40% menor que o registrado em fevereiro e 37% inferior ao de março de 2024.
O recuo reflete, em grande parte, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China. No início de abril, o governo chinês oficializou a aplicação de tarifas de 125% sobre todos os produtos originários dos EUA, em resposta às medidas protecionistas impostas pelos norte-americanos.
Os Estados Unidos são a segunda principal origem da soja importada pela China. Em 2024, o país asiático adquiriu 22,1 milhões de toneladas da oleaginosa norte-americana, o equivalente a 21% do total importado. Com o aumento das tarifas, o mercado se vê diante de incertezas quanto ao fluxo futuro dessas commodities.
Por sua vez, o Brasil reforça sua posição como principal fornecedor de soja à China desde 2017. Neste ano, 71% da soja comprada pelos chineses teve origem brasileira. Em sentido inverso, a China segue como o maior destino da soja brasileira, absorvendo 73% das exportações nacionais em 2024.
Fonte: Canal Rural
Alta nos custos de fertilizantes pode deixar alimentos mais caros no Brasil
A alta nos custos dos fertilizantes pode impactar ainda mais o preço dos alimentos. Como o insumo ainda é importado, a combinação de fatores econômicos, como o dólar alto, a Selic elevada e a instabilidade internacional, está tornando o cenário cada vez mais desafiador para o agronegócio.
Segundo o Relatório Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para 2025 é de 5,65%, enquanto a taxa básica de juros, a Selic, permanece em 14,25%. A cotação do dólar, que chegou a R$ 5,88, amplia ainda mais os custos dos insumos importados, com impacto direto no custo da produção agrícola. O reflexo disso é sentido, sobretudo, em estados como o Mato Grosso, maior produtor de soja do país.
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), apenas 38,4% dos produtores haviam adquirido fertilizantes até fevereiro de 2025, número significativamente inferior à média das últimas cinco safras.
A retração no ritmo de compras está diretamente ligada ao aumento de preços e à falta de previsibilidade financeira. O custo da soja para a safra 2025/26 subiu 4,5%, atingindo R$ 7,43 mil por hectare. Os fertilizantes, por sua vez, encareceram 7,6% e já representam R$ 1,86 mil por hectare plantado.
Fonte: Band
Brasil discute com China e Índia aumento do comércio agropecuário
O Brasil discute com a China e a Índia a adoção de protocolos de mercado que ampliem o comércio agropecuário. Os encontros, promovidos na capital federal, ocorrem em meio ao tarifaço de Donald Trump, dos Estados Unidos, e às vésperas da reunião dos Brics, em julho.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem se reunido nos últimos dias com representantes dos governos da Índia, Rússia, Irã e Emirados Árabes. E, para a próxima terça-feira (22), está programada uma visita ao Brasil de autoridades do GACC, o departamento alfandegário chinês, responsável pelas regras de importação.
“Não deixa de estar presente a pauta de ampliação de mercado e superar os desafios do momento tarifário dos Estados Unidos. E estamos tratando isso como oportunidade”, disse Fávaro.
Em meio a uma escalada do tarifaço, a China acelerou a compra da soja brasileira. Na última semana, o país asiático fez uma compra de cerca de 2,4 milhões de toneladas. Atualmente, a China representa 75% da exportação da soja brasileira. O mercado aposta em um aumento de pelo menos 80%.
A soja é justamente a principal commodity exportada pelos EUA para a China, o que tem preocupado o agronegócio americano. “Está aumentando [a venda] de forma natural”, disse o ministro brasileiro.
Fonte: CNN
Exportações de soja crescem 2,3% em 2025, aponta Abiove
O setor do Complexo da soja no Brasil segue firme na rota do crescimento em 2025, mesmo com ajustes pontuais nas projeções de produção. As principais cadeias que envolvem o grão – do plantio ao processamento – devem bater recordes, impulsionadas por demanda interna e externa em alta.
Segundo informações divulgadas pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), a estimativa para a produção total de soja sofreu um leve recuo de 0,8% em relação às últimas projeções, ficando em 169,6 milhões de toneladas. Já o esmagamento do grão deve atingir 57,5 milhões de toneladas, recorde histórico para o setor, refletindo o aumento da capacidade industrial e a crescente demanda por farelos e óleos vegetais.
A Abiove mantém estáveis as previsões de saída industrial: 44,1 milhões de toneladas de farelo e 11,4 milhões de toneladas de óleo de soja. Esses produtos seguem como peças-chave na alimentação animal e na indústria alimentícia, garantindo margens atrativas aos processadores.
No comércio exterior, o Brasil deve embarcar 108,5 milhões de toneladas de soja em grãos, alta de 2,3% frente às estimativas anteriores. O farelo de soja permanece em 23,6 milhões de toneladas, e o óleo em 1,4 milhões de toneladas, refletindo contratos firmes na Ásia e na União Europeia.
Fonte: Agrolink
Safra 2024/25 de cana-de-açúcar encerra com produção estimada em 676,96 milhões de toneladas
A safra de cana-de-açúcar encerra o ciclo 2024/25 com produção estimada em 676,96 milhões de toneladas, redução de 5,1% ao se comparar com a safra de 2023/24. Ainda assim, este é o segundo maior volume colhido na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A queda é reflexo dos baixos índices de chuvas, aliados às altas temperaturas registradas na Região Centro-Sul, que representa 91% da produção total do país, prejudicando a safra que se encerra. Além disso, a queimada nos canaviais foi outro fator que atingiu negativamente o desempenho das lavouras na atual safra, pois o fogo consumiu vários talhões de cana em plena produção.
Essas condições adversas registradas ao longo da temporada influenciaram negativamente na produtividade média, ficando em 77.223 quilos por hectares. Os dados estão no 4º Levantamento sobre a cultura divulgado, nesta quinta-feira (17), pela Companhia.
No Sudeste, principal região produtora de cana do país, houve retração no volume colhido em 6,3%, totalizando 439,6 milhões de toneladas. A área colhida foi de 5,48 milhões de hectares, aumento de 7,5% em comparação com a temporada de 2023/24. Esse aumento, no entanto, não foi suficiente para recuperar as perdas registradas pela queda da produtividade de 12,8%, estimada em 80.181 quilos por hectare.
Fonte: Conab
Salinidade do solo compromete população de Helicoverpa zea
A salinidade do solo pode reduzir o dano causado por Helicoverpa zea em tomateiros. O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State).
Ele revela que o aumento da concentração de sal nas plantas de tomate compromete a alimentação das larvas da praga e diminui a quantidade de ovos depositados pelas mariposas, o que pode trazer benefícios para o controle natural das infestações.
Os cientistas observaram que, embora o aumento da salinidade reduza a taxa de crescimento das plantas e afete negativamente sua produção, ele tem um impacto limitante sobre a atividade das lagartas.
De acordo com o doutorando Sahil Pawar, principal autor do estudo, o sal é um estressor comum nas áreas agrícolas de tomates, especialmente em regiões de clima árido e quente, como na Índia, Flórida, Califórnia e alguns países mediterrâneos e africanos, onde o uso inadequado da irrigação resulta no acúmulo de sal no solo.
O efeito do sal sobre as plantas de tomate é duplo: por um lado, ele causa danos, como menor crescimento e maior estresse visível nas plantas; por outro, pode atuar como uma forma de defesa natural contra as pragas.
Fonte: Revista Cultivar
Movimentação de cargas cresce 6,3% nos Portos do Paraná
As operações de cargas nos portos paranaenses estão alcançando marcas expressivas em 2025. No primeiro trimestre, houve crescimento na movimentação de cargas, que totalizou 17.420.779 toneladas — número 6,3% maior que o registrado em 2024, quando foram movimentadas 16.384.054 toneladas.
Esse desempenho tem gerado bons frutos para o Paraná. De janeiro a março deste ano, os portos paranaenses já conquistaram quatro marcos nunca antes registrados na história da empresa, em comparação ao mesmo período.
“A soja e os fertilizantes foram os maiores volumes que movimentamos no primeiro trimestre, uma tendência que deve se manter nos próximos meses, devido à grande safra”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
A exportação de grãos de soja alcançou a marca de 4.177.143 toneladas — 13% a mais que no ano passado, quando foram exportadas 3.694.168 toneladas. Já os fertilizantes lideraram as importações, com 2.739.120 toneladas neste ano, ante 2.653.354 toneladas nos três primeiros meses de 2024.
“Os fertilizantes são nossa principal commodity de importação, e temos investido em inteligência estratégica para operá-los com cada vez mais eficiência”, destacou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.
Fonte: Globalfert