Farm News 18/03 a 24/03
Clima afeta Europa e região deverá ter safra abaixo do esperado
A produção de grãos na União Europeia deverá ficar abaixo do que se esperava inicialmente. Serão 296 milhões de toneladas. Se o volume for confirmado, no entanto, superará os 292 milhões do ano passado.
Os dados são da Coceral, entidade representante dos compradores de grãos na região. Os números atuais indicam uma redução em relação aos divulgados em dezembro. A queda ocorre devido ao excesso de chuva no plantio.
Incluindo os países que não fazem parte da União Europeia, o volume a ser produzido neste ano fica em 364 milhões de toneladas na Europa, um pouco abaixo do de 2023.
A oferta de trigo pelos 27 países da UE recua para 134 milhões, após ter atingido 140 milhões no ano passado. Os europeus, fornecedores mundiais de trigo, terão menos cereal para exportar.
A produção de milho, um produto do qual a Europa é importadora, sobe para 64 milhões de toneladas, 3% a mais. A oferta de girassol fica estável, em 10,6 milhões de toneladas, mas a de cevada vai a 61 milhões, uma evolução de 10% no ano.
A Ucrânia, afetada pela guerra com a Rússia, mantém queda na produção de grãos, que recua para 54 milhões de toneladas, 4 milhões a menos do que em 2023, segundo a Coceral.
Fonte: Folha de S.Paulo
Guerra comercial com a China impacta produtores dos EUA
O presidente da Associação Americana de soja (ASA) testemunhou perante a Câmara dos Representantes dos EUA sobre o impacto na indústria caso as relações comerciais com a China não sejam mantidas com delicadeza.
Josh Gackle, atual presidente da ASA e produtor de soja, era membro do conselho há mais de cinco anos quando começou uma guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, com tarifas retaliatórias.
Existe uma relação geopolítica que afeta a segurança nacional e inclui questões como privacidade de dados, direitos humanos e propriedade intelectual; e há a relação comercial econômica”, disse Gackle durante seu depoimento.
A soja é o principal produto agrícola de exportação do país. Em 2022-23, o valor das exportações de soja dos EUA totalizou aproximadamente 32,6 bilhões de dólares. A China foi responsável por mais de 18,8 bilhões de dólares, com o próximo destino a ficar perto dos 3,3 bilhões de dólares.
A demanda chinesa por soja representa mais de 60% das importações globais de soja, sendo que uma em cada três fileiras de soja cultivada nos Estados Unidos se destina à China.
Fonte: Agrolink
Safra de café do Brasil caminha para sequência rara de altas em 144 anos
O Brasil deve registrar em 2024 o terceiro aumento anual consecutivo na sua produção de café, algo identificado apenas sete vezes em 144 anos de safras brasileiras, segundo um levantamento da Reuters, e há indicações de especialistas de que a sequência positiva pode se estender em 2025 com o impulso das lavouras de canéforas.
O raro triênio de seguidas altas no maior produtor e exportador global de café se dá após fenômenos climáticos extremos como geadas e secas há alguns anos, que mexeram nos ciclos dos cafezais, no caso do café arábica, e resultaram em mais investimentos em irrigação nas lavouras da espécie canéfora (robusta e conilon), que estão produzindo mais.
As amplas geadas de 2021 — antecedidas de uma estiagem severa — levaram muitos produtores de Minas Gerais e São Paulo a realizar podas, visando melhorar as safras seguintes. Isso mexeu no ciclo bienal de altas e baixas do arábica, que responde pela maior parte da produção nacional de café, fazendo com que muitas áreas que estariam no ano de baixa em 2024 estejam, na verdade, com produtividade positiva.
No caso do canéfora, que responde por cerca de 30% da safra total do país, a seca de 2014, 2015 e 2016 estimulou um movimento de ampliação de sistemas de irrigação, especialmente no Espírito Santo.
Fonte: Notícias Agrícolas
Produtores de soja e milho poderão prorrogar parcelas de investimento agrícola
Durante encontro com representantes da Aprosoja Brasil para debater soluções à crise de renda no campo, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou a prorrogação de parcelas de investimento deste ano para produtores de soja e milho, uma das demandas da associação.
O ministro e sua equipe afirmaram que já acertaram detalhes técnicos com o Ministério da Economia e que o voto para a edição de resolução deve ser apreciado na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve ocorrer até o final de março.
Segundo ele, a resolução deve atender os produtores das atividades que estão enfrentando os problemas mais graves, dentre elas a soja, o milho e a pecuária leiteira e de corte. A forma de prorrogação vai depender da quantidade de parcelas a vencer. O ministro também afirmou que hoje já existe um limite de 8% da carteira de crédito que os bancos podem reprogramar sem a necessidade da resolução para atender estados ou culturas que não sejam contemplados.
Com relação à prorrogação de parcelas de custeio da safra e de recursos dos Fundos Constitucionais, embora ainda não possa ser anunciado, o ministro adiantou que a medida está sendo preparada pela sua equipe e pelo Governo.
Fonte: Revista Cultivar
Agricultores russos avaliam reduzir plantio de trigo por queda da lucratividade
Os agricultores russos estão considerando reduzir a área cultivada com trigo em favor de culturas de maior margem de lucro, como soja e ervilha, uma vez que os baixos preços globais, o aumento dos custos de insumos e as contínuas taxas de exportação reduzem a lucratividade das colheitas.
A Rússia, o maior exportador de trigo do mundo, espera uma safra de grãos abundante de 147 milhões de toneladas em 2024, e os analistas disseram que não viam os possíveis cortes como uma ameaça significativa à safra de 2024, na qual o trigo de inverno de maior rendimento desempenha um papel fundamental.
Dados do serviço estatal de estatísticas Rosstat, citados pelo sindicato de grãos da Rússia (RZS), mostram que a lucratividade da produção de grãos caiu para 23,9% no ano passado, de cerca de 70% em 2022.
A rentabilidade do trigo caiu para menos 0,9% em comparação com mais de 70% em 2022, de acordo com o RZS.
É provável que a lucratividade do trigo de primavera seja zero ou negativa, enquanto a lucratividade do trigo de inverno pode ser em média de cerca de 15%, disse Salis Karakotov, diretor da Shchelkovo Agrochem, uma grande empresa de pesticidas e sementes.
Fonte: Forbes
Fruticultores driblam o clima adverso e miram no aumento das exportações de goiaba
Juliano Bicudo é produtor rural no Paraná desde 2016. Entrou na atividade sem nenhuma experiência no campo, mas com o apoio da Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis iniciou o plantio da goiaba e, em 2018, colheu as primeiras frutas.
Investiu nas certificações e no processo de ampliação da produção, que hoje contempla uma área de aproximadamente três hectares, onde estão 1,6 mil pés da fruta. Em pouco tempo, comemora os resultados.
Ele conta que produz, em média, 1,2 toneladas de goiaba por ano, mas pretende expandir o negócio a partir do plantio de mais 2 mil novos pés da fruta em 2024. Segundo o fruticultor, existe um mercado promissor para quem se prepara e investe em produtos de qualidade. Pelas suas contas, desde que conquistou as certificações, conseguiu agregar, no mínimo, 50% mais de valor ao preço da fruta.
“A exportação é um excelente negócio. O preço da goiaba fica estável o ano todo, em torno de R$ 5,00 o quilo. Meu objetivo é direcionar 20% da minha produção para o mercado externo”, projeta Bicudo.
Na avaliação do produtor, as vendas só não são maiores porque ainda falta capital humano na cooperativa para atuar no processo de separação da fruta, que exige tempo e cuidado.
Fonte: Agroclima
UE pretende impor tarifas sobre grãos da Rússia e de Belarus
A Comissão Europeia propôs a imposição de uma tarifa sobre as importações de grãos, oleaginosas e produtos derivados da Rússia e de seu aliado Belarus, incluindo trigo, milho e farelo de girassol, a fim de desencorajar a compra dos produtos dos dois países.
O bloco tenta impedir que os russos utilizem as exportações de produtos agrícolas como uma ferramenta para desestabilizar o mercado da União Europeia (UE), além de gerar receita para financiar a guerra contra a Ucrânia.
Sob o plano da Comissão Europeia, que pode ser adotado rapidamente pois requer aprovação de apenas cerca de dois terços dos países-membros, as tarifas devem ser fixadas em 95 euros (cerca de US$ 103) por tonelada ou podem aumentar os preços em pelo menos 50%.
Além disso, Rússia e Belarus também não teriam mais acesso às cotas da Organização Mundial do Comércio sobre grãos da UE, que oferecem um tratamento tarifário melhor para alguns produtos.
No ano passado, o bloco importou 4,2 milhões de toneladas de cereais, oleaginosas e derivados oriundos da Rússia, no valor de 1,3 bilhão de euros. As importações da Rússia e de Belarus representam apenas cerca de 1% do tamanho total do mercado da UE.
Fonte: Canal Rural